Objetivo: Comparar os achados fisiológicos em pacientes obesos e não obesos através da eletromanometria anorretal (MAR) com queixas de incontinência fecal (IF) e avaliar a prevalência de incontinência urinária (IU) associada.
Método: Estudo retrospectivo que incluiu 84 indivíduos (18‐70 anos) com queixa de IF submetidos ao exame de MAR de janeiro de 2010 a março de 2017. As variáveis analisadas foram sexo, IMC, cirurgias orificiais, parto vaginal, IU associada, pressão de repouso (PR), pressão de contração (PC) e anismus à MAR. Os pacientes foram divididos em dois subgrupos: Grupo I ‐ IMC<30kg/m2 e Grupo II ‐ IMC<30kg/m2. Os dados coletados foram submetidos à análise estatística descritiva (teste t de Student).
Resultados: Grupo I: 14 pacientes (12 mulheres e dois homens), média de 52 anos, IMC médio de 33kg/m2, 57% tinham parto vaginal, 71% cirurgia orificial e 86% IU associada. A média da PR foi de 40mmHg e da PC foi de 94mmHg. Sete pacientes apresentaram hipotonia de repouso e sete, hipotonia de contração. Cinco pacientes apresentaram hipotonia de repouso e de contração associadas. Anismus foi evidenciado em nove pacientes (64%). Grupo II: 70 pacientes (68 mulheres e dois homens), média de 56 anos, IMC médio de 24kg/m2, 60% tinham história de parto vaginal, 79% de cirurgia orificial e 70% IU associada. A média da PR foi de 36mmHg e da PC foi de 101mmHg. Dos pacientes, 46 apresentaram hipotonia de repouso e 50, hipotonia de contração. E 29 apresentaram hipotonia de repouso e de contração associadas. Anismus foi evidenciado em 48 pacientes (69%). Quando foram comparados os grupos, nenhuma variável apresentou diferença estatisticamente significativa.
Conclusão: No grupo estudado, a obesidade não representou fator de risco para aumento da incontinência fecal e urinária.