Introdução: O câncer colorretal (CCR) é uma das patologias malignas mais frequentes no Brasil. Em sua grande maioria, possui progressão lenta e uma fase benigna percursora longa, o que permite realizar o seu rastreio, aumentar a chance de detecção de lesões pré‐malignas precocemente e reduzir o risco de CCR.
Objetivo: Avaliar os achados de colonoscopias de rastreio de CCR na rotina de um serviço de Coloproctologia, e com base nos resultados encontrados, e reafirmar a importância de sua indicação.
Métodos: Foram analisados, de forma retrospectiva, laudos de colonoscopia para reastreamento de CCR de 161 pacientes, em um Centro de Hemorragia Digestiva de um hospital público de Salvador/BA. Foram incluídos no estudo todos os exames com indicação de rastreio de CCR, no período de janeiro de 2017 à dezembro de 2017.
Resultados: Em 62 pacientes (38,5%) o exame foi normal, em contraste com 99 pacientes (61,4%%) com alguma alteração à colonoscopia.Houve predominância de mulheres sobre homens, 90% dos exames foram realizados em pacientes com idade acima de 50 anos. Os diagnósticos mais frequentes foram: doença diverticular (N=44/27.3%), seguido por pólipos (N=51/31%) e lesão plana de crescimento lateral N=7 (4.3%).Durante essa análise, apenas 01 paciente foi diagnósticado com câncer colorretal ao exame de rastreio. Outras patologias evidenciadas foram: angiectasias, retocolite ulcerativa, doença hemorroidária e colopatia de hipertensão porta.
Conclusão: Por definição, o exame de rastreio é realizado em pacientes assintomáticos de acordo com protocolos definidos por idade e fatores de risco. No presente estudo, verificamos que 61.4% dos exames de rastreio apresentavam algum tipo de alteração.
Dessa forma, concluímos e verificamos a necessidade de universalização do acesso à população ao exame, tendo necessidade crescente de um programa de rastreamento para detecção precoce de alterações, permitindo reduzir substancialmente a incidência e mortalidade do câncer colorretal e diagnóstico de outras patologias.