Objetivo: Identificar os principais achados colonoscópicos dos pacientes com diarreia e descrever o perfil dos pacientes com essa indicação.
Método: Estudo de corte transversal, com análise de 163 laudos de pacientes que apresentavam queixa de diarreia e foram submetidos à colonoscopia de 2015 a maio de 2017 no serviço de coloproctologia de um hospital de referência na cidade de Salvador (BA). O preparo intestinal foi feito com manitol 20% via oral. A sedação, durante exame, foi feita com propofol. O software SPSS foi usado para análise de dados.
Resultados: Foram analisadas 163 colonoscopias, 62% (101) dos pacientes eram do sexo feminino e 38% (62) do masculino. A média foi de 45,7 anos (± 22,26), a maior idade foi 89 anos e a menor, um. Em 68% (104) dos casos não houve outra indicação e 14% (23) apresentaram diarreia com sangue. Desses, apenas um paciente revelou‐se com exame normal. Dos pacientes que fazeram o exame, 30% (49) apresentaram‐se sem alterações. A maioria dos pacientes que tiveram alteração apresentou pólipos 28% (45), seguido de doença diverticular 17% (27), doença inflamatória intestinal 13% (22), doença hemorroidária 11% (18), processo inflamatório não especificado 10% (16) e hiperplasia nodular linfoide 6% (nove). Outras alterações, como colopatia hipertensiva, varizes retais, angiectasia, lesões elevadas, subestenose e fístula somaram 15% (25) dos pacientes. A média de idade dos pacientes que apresentaram exame normal foi de 39,4 anos e apenas um apresentou diarreia com sangue. Dos pacientes com doença diverticular, 56% (15) apresentaram como segundo achado pólipos e sua média de idade foi de 68,6 anos. As duas pacientes com diagnóstico de neoplasia foram do sexo feminino.
Conclusão: A investigação colonoscópica mostrou‐se importante naqueles pacientes que apresentam diarreia e já fizeram triagem diagnóstica inicial, a fim de que seja possível oferecer adequada conduta terapêutica.