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Vol. 38. Issue S1.
Pages 96 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 96 (October 2018)
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ADENOCARCINOMA DE GLÂNDULA ANAL AVANÇADO COM CIRURGIA DE RESGATE
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Sonaira Francisca Alves da Silva Bernardes, Dirceu de Castro Rezende Junior, Natasha Sa Gille Rissin, Tânia Rosa Pereira da Mata, Alexandre de Brito Borges Pimentel
Serviço de Coloproctologia, Hospital das Forças Armadas, Brasília, DF, Brasil
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Introdução: Sabe‐se que 75% dos cânceres do canal anal são carcinomas de células escamosas e 20% são adenocarcinomas (ADC). Este é subclassificado em dois tipos: colorretal, que surge da mucosa acima da linha dentada; e tipo extramucoso, que inclui ADC que surge em fístulas anorretais e o ADC decorrente das glândulas anais, que por sua vez é raro.

Caso: Homem de 56 anos com história de doença hemorroidária, com sangramento anal e nódulo com crescimento progressivo há 10 meses. Ao exame evidenciado lesão ulcero‐proliferativa e sangrante em borda lateral esquerda do ânus sem aparente invasão da mucosa anal. Realizado biópsia incisional que evidenciou ADC tubular invasivo, imunohistoquímica positivo para CK 7,CDX2 e focal para CK 20. Ultrassom endoanal identificou uma lesão que ocupa quase toda a circunferência do canal anal se estendendo até transição com o reto inferior, invadindo o músculo esfíncter anal externo, sem plano de clivagem com a uretra, medindo 89×33×57mm, com linfonodomegalia em mesorreto inferior (uT4N1). O PET CT confirmou lesão hipermetabólica na borda anal e linfonodos hipermetabólicos inguinais bilaterais sugestivos de envolvimento secundário. Colonoscopia normal. Tratado com capecitabina oral e radioterapia (57,6Gy). Dez semanas após quimioradioterapia, foi submetido a abordagem multiprofissional com a realização de amputação abdominoperineal extraelevador (ELAPE) pela equipe da coloproctologia, cistoscopia (mucosa uretral livre), exerese de pele do escroto e esqueletização da uretra pela urologia, e reconstrução com retalho miocutâneo vertical de reto abdominal (VRAM) pela cirurgia plástica.

Discussão: O adenocarcinoma das glândulas anais (AGA) apresenta critérios segundo a OMS difíceis de serem cumpridos, principalmente nos casos avançados. Hobbs e cols formularam uma definição útil e discriminatória, sendo o AGA um tumor do canal anal composto por pequenas glândulas dispersas ao acaso, com pouca produção de mucina invadindo a parede da área anorretal sem um componente intraluminal, com imunohistoquímica positiva para CK 7. O caso acima preenche a esses critérios. O tratamento para o AGA não está estabelecido, porém Anwar e cols concluiu que o tratamento ideal é a combinação de ressecção cirúrgica radical com quimioradioterapia neoadjuvante/ adjuvante.

Conclusão: Em pacientes com doença persistente após o tratamento com quimioradioterpia para AGA a cirurgia de resgate deve ser considerada para controle local da doença.

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Journal of Coloproctology

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