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Vol. 38. Issue S1.
Pages 109 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 109 (October 2018)
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ADENOCARCINOMA EM FÍSTULA ANORRETAL. RELATO DE DOIS CASOS
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Rodrigo Artur Souza de Oliveira, Aline Ribeiro Teixeira Cavalcante, Caroline de Morais Araújo, Phabllo Rodrigo Santos de Brito, Antonio Lucas das Mercês Filho, Paulo Mozart de Barros, Maurício José de Matos e Silva
Hospital Barão de Lucena, Recife, PE, Brasil
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Introdução: Adenocarcinoma associado com fístula anorretal é raro e de patogênese controversa. Alguns autores estabeleceram critérios diagnósticos, entre eles: história de fístula superior a 10 anos, orifício interno em cripta (e não no tumor) e secreção mucinosa.

Descrição do caso: V.S.S., 68, 4 cirurgias por fístula anorretal (última em 2007). Apresentou nova lesão anal, detectada durante internamento por hemorragia digestiva. Apresentava lesão endurecida de 6cm de extensão, a partir da margem anal, com orifício interno em cripta em QPE. Histopatológico: adenocarcinoma mucinoso ulcerado, infiltrando mucosa escamosa anal. Estadiamento: cT4N0M0. Realizou neoadjuvância, com quimio e radioterapia. Ressonância magnética pós‐neoadjuvância: formação expansiva de 7,5cm, componente mucinoso, envolvendo o canal anal em QPE e infiltrando ambas fossas isquiorretais. Submetido em fevereiro de 2018 à ressecção abdomino‐perineal. I.F.S., 52, 3 cirurgias por fístula anorretal, em que na última foi enviado material para histopatológico, compatível com adenocarcinoma com áreas mucinosas. Estadiamento sem evidências de metástases à distância. Ressonância magnética de pelve com tumor mucinoso em trajeto fistuloso, com 5cm de extensão, ultrapassando a muscular própria e invadindo o esfíncter externo, extensão para a fossa isquiorretal esquerda, e linfonodos com características malignas. Realizou neoadjuvância, sendo submetido em julho de 2017 à ressecção abdomino‐perineal.

Discussão: Adenocarcinoma em fístula anorretal tem diagnóstico difícil de ser estabelecido. A ausência de tumor no lúmen intestinal e o crescimento dentro das fossas isquiorretais e períneo atrasam o diagnóstico. Enduramento, sangramento e descarga mucinosa podem sugerir malignização da fístula. Múltiplas biópsias podem ser necessárias. A RNM pode colaborar com achados radiológicos característicos. Tendem a ser localmente agressivos. A disseminação linfática é comum, e metástase à distância é incomum. Tem história natural agressiva e altas taxas de falhas de tratamento. A sobrevida e o controle da doença podem sem maximizados com tratamento combinado de neoadjuvância com ressecção cirúrgica radical.

Conclusão: Entidade rara, de difícil diagnóstico e natureza agressiva, devendo‐se atentar para fatores de suspeição.

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Journal of Coloproctology
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