Introdução: Um dos pilares mais importantes no tratamento do câncer de colorretal (CCR) ainda é a ressecção cirúrgica. A amputação abdomino‐perineal do reto (APE), continua sendo um procedimento importante para o tratamento de tumores de reto inferior. Ter conhecimento do perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a APE se faz importante no que tange a melhor qualidade de vida desses bem como a sua promoção da saúde.
Objetivo: Realizar um estudo retrospectivo do perfil epidemiológico de todos os pacientes submetidos a cirurgia de APE, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2017, realizadas pelo serviço de coloproctologia de um hospital público terciário.
Método: Pesquisa no banco de dados do serviço de coloproctologia no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2017, foram incluídos no estudo todos os pacientes submetidos a cirurgia de APE nesse período, após foi realizado um estudo do perfil epidemiológico desses fazendo revisão do prontuário. Foram analisados a idade, sexo, cor, o tipo histológico e grau de diferenciação celular, realização de tratamento neoadjuvante e o estadiamento clinico.
Resultados: Foram incluídos no estudo 21 pacientes, 6 do sexo feminino e 15 do masculino, a média de idade é de 60 anos (27‐84). Dois autodeclarados negros. Dois não realizaram neoadjuvância. No estadiamento, 8 pertenciam ao estágio II, 10 ao estágio III e 3 pertenciam ao estágio IV. Quanto ao tipo histológico e grau de diferenciação celular, 15 apresentavam adenocarcinoma moderadamente diferenciado, 2 bem diferenciado, 2 pouco diferenciado e 2 mucinoso.
Discussão: Analisando os dados apresentados e comparando com a literatura, podemos observar que em nosso serviço a APE é mais frequente no sexo masculino, 72%, e a média de idade é 60 anos o que é compatível com a literatura. Foi verificado que a maioria dos pacientes realizou tratamento neoadjuvante. Provavelmente devido ao diagnóstico tardio, foi observado a maior prevalência do estágio III, o que evidencia a importância do rastreamento do CCR, no sistema público de saúde. Em relação ao tipo histológico e grau de diferenciação celular o adenocarcinoma moderadamente diferenciado, 72%, tem sido o mais prevalente.
Conclusão: Os dados obtidos corroboram a literatura, com predomínio de homens. A média de idade foi de 60 anos, com maior incidência do adenocarcinoma moderadamente diferenciado e com seu diagnóstico tardio, o que reforça a necessidade de diagnóstico precoce.