Objetivo: Avaliar a influência da analgesia preemptiva na dor pós‐operatória em cirurgias orificiais.
Método: Ensaio clínico randomizado, duplo‐cego, placebo controlado, com o objetivo de avaliar a analgesia preemptiva em cirurgias orificiais. Ofertou‐se a participação no estudo aos pacientes atendidos ambulatorialmente com indicação cirúrgica, na qual se orientou quanto ao estudo, ao preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e ao fornecimento de uma escala visual analógica da dor (EVA) para posterior acompanhamento. Não participaram do estudo: desinteresse; alergia aos fármacos usados; cirurgia orificial prévia; antibióticos no pós‐operatório; não cumprimento das orientações pós‐operatórias e seguimento presencial e telefônico.
Resultados: Entre julho de 2016 e junho de 2017, 16 pacientes estavam aptos a participar do estudo: nove hemorroidectomias, duas esfincterotomias com fissurectomias, quatro fissurectomia e uma fistulotomia, com homogeneidade entre os grupos. Não houve diferença estatística, no que tange à dor, entre o grupo salina e o grupo anestésico no centro cirúrgico (2,00±3,46 contra 0,33±0,900 na EVA, p=0,762), no primeiro pós‐operatório (2,00±1,00 contra 2,67±2,51 na EVA, p=0,170), no segundo pós‐operatório (2,00±1,76 contra 4,20±0,96 na EVA, p=0,170), no terceiro pós‐operatório (1,33±2,39 contra 2,40±1,02 na EVA, p=0,770), no sétimo pós‐operatório (1,00±1,70 contra 1,33±1,52 na EVA, p=0,851) e no 14° pós‐operatório (1,25±0,47 contra 1,50±1,07 na EVA, p=0,138). A dor à primeira evacuação não apresentou diferença entre o grupo salina e anestésico (6,00±0,57 contra 5,00±1,26 dias, p=0,661), assim como o número de dias decorridos até a primeira evacuação (1,67±1,15 contra 3,70±0,97 dias, p=0,177).
Conclusão: A literatura é inconsistente quanto ao benefício da analgesia preemptiva em cirurgias orificiais. Não houve poder estatístico suficiente para inferências neste estudo até momento.