Introdução: A retocolite ulcerativa (RCU) faz parte do domínio das doenças inflamatórias intestinais (DII), as quais cursam com sintomas gastrointestinais ao longo do trato digestivo. Suas características inflamatórias resultam em manifestações extraintestinais (MEI). Essas, juntamente com a terapia farmacológica e o perfil epidemiológico de seus portadores, influenciam em suas qualidades de vida (QV) física e mental.
Objetivos: Identificar a prevalência de MEI na RCU. Avaliar o impacto das MEI, o perfil epidemiológico e a terapia farmacológica na QV desses pacientes.
Métodos: Estudo prospectivo, transversal, observacional e multicêntrico com 150 pacientes com RCU. Foram estudadas variáveis demográficas (idade, sexo e região onde reside), clínicas (comorbidades, idade ao diagnóstico, tempo de tratamento, medicamentos de uso diário, segmentos intestinais comprometidos pela enfermidade, presença e prevalência de MEI) e escore de saúde mental e física pelo Short Form Health Survey – 12 (SF‐12). Este trabalho avaliou a QV física e mental sob as influências das variáveis clínicas e demográficas.
Resultados: As manifestações articulares (artralgia+artrite) foram as mais comuns (59,3%), seguidas da uveíte em 27,3%. A vasculite foi a MEI menos observada (1,3%). O uso de glicocorticoides (12%) prejudicou a QV física, já o sexo masculino aumentou a QV física (p=0,02) e mental (p=0,01).
Conclusão: A prevalência das MEI foi de 72,7%. Na RCU, os corticoides deterioram a QV física, enquanto no sexo masculino aumenta significativamente a QV geral.