Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Os objetivos do estudo foram identificar as causas que levaram a confecção da ostomia nos pacientes submetidos a cirurgia de reconstrução trânsito, comparar o tempo de internação hospitalar e a duração da cirurgia nos três grupos de maior prevalência e avaliar se existe diferença significativa na duração da cirurgia de reconstrução e no tempo de internação quando a confecção da ostomia ocorre no contexto de uma causa inflamatória.
Método: Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico, através da revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a realização de cirurgias de reconstrução de trânsito intestinal no Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar. O estudo contemplou as cirurgias realizadas entre o período de julho de 2016 a outubro de 2018. Os pacientes foram agrupados de acordo com o diagnóstico que levou a cirurgia na qual foi realizada a confecção da ostomia. Os pacientes dos três grupos de maior prevalência foram comparados de acordo com o tempo de internação hospitalar e a duração da cirurgia. Foi utilizado o teste de Kruskal‐Wallis para avaliar se havia diferença significativa entre os grupos e em seguida foram realizados testes par a par para identificar onde se encontrava a diferença.
Resultados: Foram catalogados 14 tipos de diagnóstico que levaram a cirurgia na qual foram confeccionadas as ostomias. Os três maiores grupos foram perfuração por arma de fogo em 9 (31%) casos, diverticulite em 5 (17,2%) dos casos e apendicite em 3 (10,3%). O tempo médio de internação foi de 10,31±4,32 dias. Houve uma diferença significativa em relação ao tempo de internação (X2(2)=7,199; p=0,023) nos três principais grupos. A análise dos pares mostrou que houve uma diferença significativa entre tempo de internação dos grupos PAF e apendicite (K=‐7,833; p=0,05). O tempo cirúrgico médio na amostra foi de 359,14±106,48 minutos, variando de 225 a 630 minutos. Houve uma diferença significativa em relação ao tempo cirúrgico (X2(2)=7,224; p=0,027), com a análise dos pares demonstrando uma diferença significativa entre PAF e diverticulite (K=‐7,300; p=0,028).
Conclusão(ões): O estudo mostrou que o diagnóstico inicial da cirurgia na qual foi realizada a ostomia do paciente pode influenciar no tempo cirúrgico e no tempo de internação. Esse resultado mostra a importância da coleta adequada dos dados durante o pré‐operatório, para melhor planejamento para os casos complexos, tanto pela equipe cirúrgica quanto pelo serviço de saúde. Devido as particularidades epidemiológicas da população estudada, como alta incidência de violência urbana e dificuldade de acesso a serviços de cirurgia, as etiologias mais frequentes foram diferentes do que normalmente se descreve na literatura. A principal limitação do presente estudo foi o número reduzido de pacientes. Mais trabalhos devem ser realizados para comparar pacientes com etiologias comuns em outras populações.