Área Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s) Esse estudo tem como objetivo avaliar os pacientes submetidos a cirurgia de reconstrução intestinal de acordo com o índice de massa corpórea. O tempo cirúrgico e o tempo de internação dos pacientes obesos e não obesos será comparado para avaliar se existe diferença na evolução clínica dos dois grupos. As complicações cirúrgicas dos dois grupos serão categorizadas de acordo com a classificação de Clavien‐Dindo, e a incidência de cada nível de complicação será comparada nas duas amostras.
Método Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico, através da revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a realização de cirurgias de reconstrução de trânsito para fechamento de ostomias terminais. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o IMC. Foram considerados obesos os pacientes com IMC>30kg/m2. Foram avaliados os tempos cirúrgicos e o tempo de internação total de cada paciente. As incidências das complicações foram categorizadas de acordo com a classificação de Clavien‐Dindo. As incidências das complicações em cada nível foram comparadas nos dois grupos utilizando o teste exato de Fisher. As médias do tempo cirúrgico e do tempo de internação foram comparadas com o teste U de Mann‐Whitney.
Resultados Três obesos foram operados por via laparoscópica e 1 por via aberta. Houve 1 conversão no grupo que foi operado por laparoscopia (33,3%). Entre os não obesos, quinze foram operados por laparoscopia e 7 por via convencional. Houveram 3 conversões no grupos que foi operado por laparoscopia (20%). Não houve diferença significativa no tempo cirúrgico entre pacientes obesos e não obesos (377,50±35,00; 355,68±110,58; p=0,352), independentemente da via cirúrgica. Houve diferença significativa no tempo de internação entre pacientes obesos e não obesos (16,5±6,19; 8,95±2,30; p=0,026). Analisando a incidência de complicações cirúrgicas, houve diferença significativa na incidência de complicações grau II entre os dois grupos (p=0,047), e há uma tendência de que obesos tenham maior incidência de complicações grau III (p=0,052). Não houveram complicações de grau IV ou V na amostra avaliada.
Conclusão(ões) A cirurgia de reconstrução de trânsito realizada em pacientes obesos apresentou maior taxa de conversão em relação aos não obesos. O tempo de internação foi significativamente maior nos pacientes com IMC elevado, quando comparado a pacientes com IMC menor que 30. Não houve diferença no tempo cirúrgico, o que pode estar relacionado ao uso da laparoscopia como via operatória. Pacientes obesos apresentaram significativamente mais complicações de nível II e apresentaram uma tendência a ter mais complicações de nível III. A principal limitação do estudo foi o baixo número de pacientes obesos avaliados. Mais estudos com uma população maior devem ser realizados para corroborar os achados descritos.