Introdução: No Brasil o câncer colorretal (CCR) é o terceiro mais frequente em homens e o segundo em mulheres. Diante de tamanha importância, programas de prevenção e rastreio tem sido incentivados como estratégia para diminuição da incidência e aumento do diagnóstico precoce. Nesse contexto, é de extrema importância métodos de triagem, como o sangue oculto nas fezes. Entretanto, a colonoscopia ainda se mantém como padrão ouro para diagnóstico e tratamento de lesões colorretais. O mutirão acaba sendo uma forma de proporcionar acesso ao exame com menor tempo de espera, além de servir de plataforma para difundir conhecimento sobre a doença e sua importância para a sociedade.
Objetivo: Avaliar os achados das colonoscopias realizadas em pacientes com sangue oculto positivo que participaram do mutirão de prevenção do CCR e identificar a prevalência de lesões colorretais.
Material e método: Foram selecionados 95 pacientes com sangue oculto nas fezes positivo que foram submetidos à colonoscopia. Constituiu‐se quatro grupos para o estudo. Grupo 1 (G1) – Colonoscopia normal; Grupo 2 (G2) – Portadores de pólipos; Grupo 3 (G3) – Pacientes com adenomas com displasia de alto grau; Grupo 4 (G4) ‐ Diagnóstico de adenocarcinoma.
Resultados: Na casuística geral (n=95) a média de idade foi de 63,3 (9,0) anos. Quanto ao gênero 66,3% eram feminino. Com relação a distribuição por faixa etária e gênero dentro dos grupos estudados, não houve diferença estatística (p>0,05). Dos pacientes avaliados apenas 35,8% apresentaram exames normais (G1). Do G2 (n=58), 29 pacientes tinham lesões concomitantes, sobrepondo‐se nos outros grupos. Quanto a distribuição das lesões, houve predomínio de pólipos no hemicolon direito (34,8%). Já com relação ao padrão histológico, houve predomínio de pólipos hiperplásicos, seguido de adenomas tubulares. Dos pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma (G4), um paciente teve a lesão ressecada endoscopicamente e um paciente perdeu seguimento. Cinco foram submetidos à cirurgia em intervalo de tempo médio de 117,6 (72,4) dias, com tempo mínimo de 29 dias e máximo de 194 dias.
Discussão e conclusões: O mutirão de prevenção do CCR se mostrou eficaz no seu propósito. A colonoscopia se reafirma como exame de extrema importância para prevenção, diagnóstico e tratamento, principalmente em pacientes já triados com sangue oculto positivo.