Área: Miscelâneas
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Analisar complicações relacionadas aos estomas intestinais e identificar seus fatores de risco em pacientes com câncer.
Método: Este é um estudo retrospectivo, utilizando um banco de dados eletrônico e prospectivo de pacientes com câncer colorretal submetidos ao tratamento cirúrgico de 2014 a 2017, em um hospital universitário de nível terciário. Informações clínico‐epidemiológicas foram coletadas, e sua associação com complicações nos dois primeiros anos de seguimento foi analisada.
Resultados: Foram analisados 341 estomas intestinais. A maioria dos procedimentos foi realizada durante cirurgias eletivas (254, 74,5%), em pacientes do sexo masculino (183, 53,7%), com média de idade de 61,8±13,5 anos. Os locais neoplásicos mais frequentes foram o reto (164; 48,1%), o cólon (122; 35,8%) e os órgãos ginecológicos (22; 6,5%). Colostomia em alça (122; 35,8%), colostomia terminal (99; 29%) e ileostomia terminal (61; 17,9%) foram os principais estomas realizados. A taxa de morbidade relacionada ao estoma foi de 21,7% e as principais complicações foram: desidratação (29; 8,5%), hérnia para‐estoma (5,8%) e prolapso do estoma (3,8%). As complicações foram mais frequentes em estomas realizados em caráter de urgência (47,1% x 31,5%, p=0,007) e nas ileostomias (46,7% versus. 29,4%, p=0,001). A taxa de reconstituição do trânsito intestinal foi maior nos estomas de alça (17,7% x 3,8%, p<0,001). A taxa de reoperação devido a complicações de estoma foi de 67,5%. A taxa de mortalidade, em pacientes acompanhados durante 2 anos foi de 41,3%; no entanto, todas as mortes foram secundárias a complicações relacionadas à doença subjacente ou outras condições sistêmicas.
Conclusão(ões): As complicações do estoma foram um evento comum durante os dois primeiros anos de acompanhamento. Cirurgias de emergência e confecção de ileostomia foram fatores de risco para complicações.