Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): De acordo com as recentes publicações na literatura médica relacionadas ao rastreio para o câncer colorretal, verificou‐se que há uma tendência mundial para uma maior abrangência de faixa etária devido ao aumento da incidência em adultos com menos de 50anos. Já é consensual na sociedade médica americana o rastreio oncológico a partir dos 45anos para que haja não só detecção precoce, mas também prevenção.
Método: Esta análise epidemiológica buscou avaliar o perfil de pacientes em seguimento ambulatorial no Serviço de Coloproctologia do Hospital das Clínicas Goiânia‐GO, através de registro das consultas em prontuários, no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2019. De acordo com os arquivos hospitalares, havia 5636registros de prontuários para o ambulatório de Onco‐Coloproctologia nesse período. Excluindo‐se prontuários sem dados suficientes para a pesquisa, restaram 1653consultas devidamente registradas.
Resultados: Observou‐se que 51,8% dos pacientes são do sexo masculino. Em relação a faixa etária, 21,95% dos pacientes apresentavam menos que 50anos quando receberam o diagnóstico. O principal sítio de acometimento foi o reto, com 39,8%, seguido de cólon esquerdo e sigmoide, com 35,7%. Pacientes com acometimento do cólon direito representaram 18,7%. Em relação a História Familiar, apenas 12,2% relataram parentes com algum acometimento, sendo que em 39,2% dos prontuários, não havia registros de histórico familiar oncológico. Avaliando desde a primeira consulta até o retorno com exames de estadiamento, 25% dos pacientes já apresentavam metástases. Do total de prontuários avaliados, 3,9% apresentaram K‐RAS mutado. Se considerarmos pacientes com 50anos até menores que 60anos, o percentual de acometimento é de 21,75%. Ou seja, são pacientes que apresentam nesta faixa etária neoplasia maligna já estabelecida, cura etiologia possa ter iniciado até 10anos antes, através da evolução de um pólipo adenomatoso, que poderia ser visualizado e ressecado por colonoscopia, impedindo este ciclo. E, se considerar a faixa etária de pacientes abaixo de 60anos, esse percentual se eleva para 43,7%. Isso mostra que para uma melhor triagem e eficácia do rastreio oncológico, com objetivo de não só prevenir, mas também identificar lesões em estágios menos avançados de doença, é necessário redução da faixa etária de início de triagem.
Conclusão(ões): Diante do exposto, considerando significativo que mais de 40% dos pacientes são menores que 60anos no momento do diagnóstico, seria interessante a redução do início do rastreio para câncer colorretal para 45anos. Culminando dessa forma, com diagnósticos nas formas precoces e maiores chances de desfechos favoráveis.