Introdução: No presente estudo, realiza‐se a compreensão de como se processa a assistência à saúde, nos níveis de especialidades, apoio diagnóstico e terapêutico, de média e alta complexidade em um Hospital de Ensino na cidade de São Paulo.
Objetivos: Identificar quais estratégias de gestão de riscos utilizadas e discutir a viabilidade e adequação de novas estratégias para compor um protocolo de cuidados e seguimento dos doentes e consubstancializar um plano terapêutico ampliado e individualizado.
Método: Trata‐se de estudo descritivo, exploratório e prospectivo, com total de 30 pacientes portadores de doença colorretal com necessidade de tratamento cirúrgico de grande porte acompanhados no ambulatório de Coloproctologia. No primeiro grupo, será aplicado este protocolo com a ciência somente do pesquisador. No segundo grupo, analisar‐se‐ão os mesmos itens mas dessa vez com a padronização do plano terapêutico, incluindo os itens que não são realizados pelo serviço mas que constam no protocolo e com ciência de todos os envolvidos.
Resultados: Os pacientes eram compostos por maioria do sexo feminino, representando 60% da amostra; a média de idade foi de 60,93 anos e, estes, apresentaram um IMC médio de 26,07Kg/m2. Sessenta e três por cento da amostra era tabagista e 56,7% era etilista. O tempo de internação médio foi de 12,5 dias e 13,3% necessitaram de UTI. Não houve óbito após 30 dias da alta hospitalar.
Após a cirurgia, 13% dos pacientes desse primeiro grupo não receberam a profilaxia TVP/TEP nas primeiras 24 horas, apresentando um risco aumento em 1,73 vezes de ter o evento do que os que tiveram retorno da profilaxia (p<0,005). Além disso, observou‐se que a profilaxia de TVP/TEV no grupo de aplicação do plano terapêutico teve um impacto importante com Odds Ratio 0,47 (p=0,006). Apenas 30% do primeiro grupo realizaram glicemia capilar de horário nas primeiras 24 horas do pós operatório, desses, 20% eram diabéticos e 86,6% possuíam algum risco para hipoglicemia, sendo que o risco de hipoglicemia foi inferior no grupo em que se realizou o controle pormenorizado de glicemia capilar (p=0,041). Pacientes tabagistas tiveram risco aumentado em 1,2 vezes para complicações durante a internação. Pacientes etilistas apresentaram mais complicações durante o período de internação hospitalar (p=0,006).
Conclusão: Observamos a necessidade de se implementar uma dinâmica hospitalar, com base teórico‐cientifica, visando a elaboração de planos e propostas terapêuticas.