Área: Doenças Infecciosas
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): A apendicite aguda está entre as patologias cirúrgicas mais comuns, sendo considerada a principal causa de abdome agudo cirúrgico no mundo com maior incidência em adolescentes e adultos jovens do sexo masculino. As maiores complicações ocorrem fora dessa faixa etária. Entretanto estudos demonstram diferenças importantes na evolução dos pacientes ao comparar usuários da rede pública e privada, dentre elas a quantidade de atendimentos médicos até a indicação cirúrgica, a maior frequência de realização de ultrassonografia pré‐ operatória no hospital público, maior intervalo de tempo entre início de sintomas e apendicectomia, além de maior tempo de internação hospitalar e maiores taxas de complicações.
Método: Revisão retrospectiva de prontuarios eletronicos de pacientes submetidos a apendicectomia entre os anos de 2015 e 2017 em um hospital da zona leste da cidade de São Paulo/SP. Foram analisados dados dos pacientes do SUS e do convênio. Avaliou‐se a idade, gênero, tempo de evolução, fase da apendicite, intercorrências peri‐operatórias e complicações pós‐operatórias. Critérios de exclusão: Pacientes menores de 14 anos e apendicectomia táticas. Os dados serão organizados e tabulados em um programa estatístico (SPSS®, versão 19.0), de maneira anônima.
Resultados: Foram analisados 553 prontuários, sendo 58,77% (325) por meio do Sistema Único de Saúde – SUS e 41,22% (228) utilizando medicina suplementar. 66,18% dos pacientes eram homens e a média de idade foi de 29,11 anos. Notou‐se discreta diferença entre o sistema público (30,77 anos) e privado (26,75 anos). Em relação ao grau da doença foi observado: 23,69% (131) grau 1; 43,22% (219) grau 2, 16,46% (91) de grau 3 e 16,64% (92) de grau 4. Quando comparado saúde pública e medicina suplementar foi evidenciado diferenças importante nos graus mais avançados, sendo que a maioria dos pacientes com doença avançada eram provenientes do SUS, sendo 68,13% grau 3 (62) e 76,08% grau 4 (70). A maioria dos pacientes não apresentaram complicações após tratamento cirúrgico 86,08% (476). 9,04% (50) com complicações leves e 4,88% (27) com complicações graves. O tempo médio em horas do início dos sintomas até o acesso ao primeiro atendimento médico no sistema público foi de 65,76 horas e no sistema privado 43,01 horas.
Conclusão(ões): Apendicite aguda é uma patologia que necessita de atendimento rápido, profissionais capacitados para reconhecimento dos sintomas e uma rede referenciada eficaz para resolução da doença que, até o momento, é eminentemente cirúrgico. No presente trabalho, verificou‐se diferença no atendimento, diagnóstico, fase e complicações do tratamento cirúrgico entre a saúde pública e suplementar, sendo o setor privado o de melhores resultados.