Introdução: A apendicite aguda constitui a causa mais frequente de abdome agudo inflamatório e, provavelmente, a doença cirúrgica mais comum no abdome, daí a grande importância de saber tratá‐la cirurgicamente de forma menos agressiva ao paciente e também mais eficaz em termos de resultados.
Descrição dos vídeos: Serão apresentados dois vídeos, no primeiro o paciente apresentava‐se com uma peritonite purulenta difusa e através de táticas cirúrgicas toda a cavidade abdominal foi lavada, drenada e o apêndice cecal retirado. O segundo mostra um apêndice retrocecal perfurado e abscedado para o retroperitônio e com uma história clínica de 15 dias. Todos os dois pacientes evoluíram bem no pós‐operatório.
Discussão: Em 1982, Kurt Semm, em Kiel, Alemanha, fez a primeira apendicectomia por via laparoscópica, embasado no sucesso do uso da videocirurgia para outros órgãos como a vesícula biliar, com bom campo operatório. Esse método proporciona alguns benefícios relevantes para os pacientes, tais como menor tempo de internação, melhor pós‐operatório, menor índice de infecção da ferida operatória, retorno precoce às atividades habituais, além de proporcionar completa visualização da cavidade abdominal. A apendicectomia não complicada por videolaparoscopia é feita em praticamente todos os serviços de videolaparoscopia do Brasil, porém, quando a apendicite aguda se apresenta com peritonite difusa, grande parte dos cirurgiões tem receio de fazê‐la pelo método videolaparoscópico. No entanto, existe um grande grupo de trabalhos recentes que demonstraram a segurança da apendicectomia laparoscópica em todos os tipos de apendicites agudas, mesmo nas complicadas.
Conclusão: Mesmo em situações de aparente dificuldade técnica, a apendicectomia videolaparoscópica é factível.