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Vol. 38. Issue S1.
Pages 55 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 55 (October 2018)
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APENDICITE PÓS‐COLONOSCOPIA: RELATO DE CASO
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Danielle Gobbi Kunz, Paola Stefania Costa Monção Lima, Rodrigo de Almeida Paiva, Fernando Henrique Teodoro Lemos, Sillas Mourão Pinto
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil
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Introdução: A colonoscopia é um exame para diagnóstico e tratamento de doenças colorretais. Embora seja um procedimento de baixo risco, possui complicações conhecidas, sendo as principais perfuração, sangramento e síndrome pós‐polipectomia. Apendicite aguda corresponde a 0,038% das complicações.

Descrição do caso: Paciente, 62 anos, compareceu ao Pronto Atendimento em março/18 com queixa de dor abdominal em FID recente, com náuseas e inapetência, sem melhora após sintomáticos. No dia anterior realizou colonoscopia: até o ceco com polipectomia em reto. Ao exame físico, apresentava descompressão dolorosa em FID. Revisão laboratorial da admissão evidenciou leucocitose. Tomografia de abdome identificou fecalito em luz apendicular, com diâmetro do órgão de 14mm e densificação do tecido adiposo local. Submetida a apendicectomia videolaparoscópica, o paciente evoluiu com dor abdominal em cólica difusa e constipação, com melhora após analgesia e dieta laxativa. Alta no 4° dia pós‐operatório. O estudo histopatológico evidenciou processo inflamatório agudo com infiltrado difuso de neutrófilos e exsudato fibrino‐purulento em serosa, compatível com apendicite aguda em concordância com hipótese diagnóstica.

Discussão: No presente caso, a persistência da dor após antiespasmódicos e a leucocitose motivaram a solicitação do exame de imagem complementar. Apesar de a dor abdominal pós colonoscopia ser frequentemente causada por retenção gasosa e espasmo colônico, atenção deve ser dada às possíveis complicações do exame. Os mecanismos sugeridos para tal afecção seriam apendicite subclínica previamente ao exame, alongamento do apêndice provocado pelo aumento da pressão intraluminal, deslocamento de conteúdo intestinal ou fecalito para dentro do apêndice, inflamação apendicular devido a intubação direta do apêndice e injúria da mucosa próxima ao óstio apendicular com edema local. No caso em discussão, considerando‐se que o exame não teve tempo prolongado, nem ressecção de lesão cecal, a hipótese mais provável seria o deslocamento de um fecalito ou, até mesmo, coincidência sem relação causal comprovada. Dentro do nosso serviço, em um universo de mais de 10 mil exames realizados, este foi o primeiro caso relatado de apendicite pós colonoscopia.

Conclusão: Apesar de rara, a apendicite deve ser incluída entre os possíveis diagnósticos diferenciais de dor abdominal após colonoscopia. O reconhecimento e abordagem precoces podem evitar complicações e melhorar seu desfecho e prognóstico.

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Journal of Coloproctology

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