ASPECTO DA ENDOSCOPIA NA DOENCA DE CROHN

Morgagni há cerca de 150 anos descreveu um conjunto de lesões, que hoje conhecemos como sugestivas da doença de Crohn (DC). Mesmo com os avanços do conhecimento médico, a etiologia não é totalmente esclarecida. Acredita‐se que a inflamação crônica seja resultado de uma reação autoimune. Trata‐se de uma enfermidade crônica com grande leque de sinais e sintomas e por isso de difícil diagnóstico. Tem caráter bimodal, acometendo duas faixas etárias (entre a 2 ª e a 3 ª décadas de vida e a partir da sexta). Dessa forma, tem grande impacto socioeconômico, uma vez que tem predileção por um grupo ativo da sociedade. Nosso estudo visou compreender o aspecto de bambu da mucosa gástrica em pacientes com DC, avaliando relações existentes entre tratamento, atividade da doença e parâmetros laboratoriais, com este achado. E assim contribuir com o diagnóstico. Avaliamos, no período de outubro de 2017 a março de 2018, 14 pacientes de maneira prospectiva, dentre portadores ou não de DC. Os pacientes selecionados foram submetidos a EDA no setor de endoscopia de um hospital terciário. Analisamos 14 exames (EDA), divididos em dois grupos; 07 portadores de DC e 07 não portadores de DC (N‐DC). Dos pacientes com diagnóstico prévio de Doenca de Crohn, cinco pacientes apresentaram alteração endoscópica compatível com aspecto em bambu. Nenhum dos pacientes no grupo controle apresentaram este aspecto. O aspecto de mucosa em bambu, descrito na doença de crohn, devido sua alta prevalência neste grupo, pode ser utilizado como critério diagnóstico, principalmente nas situações de duvidosas e outros exames complementares inconclusivos.