Área: Doenças do assoalho pélvico/Fisiologia Intestinal e Anorretocólica
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Relatar os aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos de doente portadora de volumoso prolapso de órgãos pélvicos com eversão completa da cúpula vaginal com conteúdo colorretal extenso associado à enterocele. Analisa‐se de forma retrospectiva as bases diagnósticas de paciente portadora de prolapso extenso de cúpula vaginal com conteúdo intestinal colorretal visando a complementação de plano diagnóstico. Avalia‐se ainda de forma prospectiva o desenvolvimento de plano terapêutico incluindo a correção cirúrgica e seu pós‐operatório.
Descrição do caso: Paciente feminina, 65 anos, com queixa de abaulamento vaginal doloroso e progressivo há 20 anos. Antecedentes patológicos pregressos de obesidade, hipertensão arterial sistêmica, transtorno depressivo e leucemia mieloide crônica tratados com controle clínico. Referência de dois partos vaginais sendo o último com rotura perineal, histerectomia total vaginal associada a miorrafia dos elevadores do ânus (por prolapso uterino grau III e cervicite crônica com metaplasia escamosa) e cistopexia com colpopexia por cistocele grau III e prolapso do fundo da vaginal. Ao exame físico, presença de prolapso genital de III grau, com conteúdo de delgado e cólon em bolsa prolapsada. Realizado exame de trânsito intestinal com evidência de alças de delgado e cólon no interior da bolsa formada pela eversão total da vagina. Colonoscopia até o íleo terminal, presença de áreas de mucosa com edema e enantema nos cólons, e área cicatricial inespecífica em descendente. Indicado tratamento cirúrgico com avalaição intra‐operatória evidenciado todo cólon sigmoide e alças de delgado contidos no prolapso vaginal total e completo. Realizada retossigmoidectomia com anastomose término‐terminal manual, redução manual do prolapso vaginal, com retopromontopexia, seguido da colpopexia ao promontório e pexia da cúpula da vagina à aponeurose do músculo reto abdominal. Paciente evoluiu bem em pós‐operatório, recebendo alta e mantendo seguimento ambulatorial.
Discussão e Conclusão(ões): Conclui‐se a gravidade da situação clínica incomum necessitando de tratamento cirúrgico complexo com abordagem dos vários órgãos pélvicos de forma a oferecer os melhores resultados clínicos e de forma definitiva. Ressalta‐se ainda a importância da boa elaboração de plano diagnóstico visando o adequado plano terapêutico ajustado a todas as necessidades deste tipo de manifestação.