Introdução: A perspectiva do IBGE é que a população octagenária alcance 13% em 2020. Essa perspectiva exige esforços para compreender e promover terapêuticas e propedêuticas a esses indivíduos, que muitas vezes não são incluídos nas diretrizes de prevenção do câncer colorretal.
Objetivo: Avaliar os resultados das colonoscopias feitas em pacientes octagenários, correlacionar com a indicação do procedimento.
Métodos: Revisão de prontuários, comparar achados colonoscópicos de todos pacientes octagenários submetidos a colonoscopia, de janeiro de 2014 a junho de 2017.
Resultados: Avaliamos 57 pacientes, maioria mulheres (32:25), com média de 85,6 anos, a hematoquezia é a principal indicação das colonoscopias, seguida por dor abdominal, anemia crônica e emagrecimento. As angiectasias foram identificadas em 8,77% e a diverticulose em 57,89% dos exames. Foram encontradas e ressecadas 63 lesões polipóides, 82,54% sésseis, 6,35% pediculadas e 11,1% LSTs. Quanto à localização distribuíam‐se em 4,76% no ceco, 15,9% no cólon ascendente, 22,2% no transverso, 23,8% no descendente, 14,3% no sigmoide e 19% no reto. A grande maioria dos pólipos ressecados (50,79%) media entre 5 e 10mm, 36,51% eram menores do que 5mm e 12,7% eram maiores do que 10mm. Em 22,81% da amostra, os exames não foram completos, seja por angulações, neoplasias oclusivas ou pelo preparo inadequado que ocorreu em cerca de 21%. Foram detectados 13 lesões de aspecto endoscopicamente neoplásico, que se confirmaram após estudo histopatológico (adenocarcinoma moderadamente diferenciado). Como era de se esperar, as polipectomias tiveram como patologia principal de adenoma tubular com displasia de baixo grau (18), um pólipo malignizado e três adenomas tubulares com displasia de alto grau.
Conclusão: Em octagenários, a colonoscopia diagnóstica apresenta índice de acurácia de 52,63%, justifica o procedimento nessa faixa etária com condições clínicas adequadas.