Objetivo: Avaliar a prevalência dos aspectos emocionais em pacientes portadores de doenças inflamatórias intestinais (DII) atendidos em um ambulatório multidisciplinar.
Método: Foram analisados 75 pacientes portadores de DII, acompanhados a nível ambulatorial, de maio de 2017 a maio de 2018. Foram incluídos pacientes com confirmação diagnóstica de DII com idade superior a 18 anos. Gestantes ou nutrizes foram excluídos. Para a caracterização dos dados amostrais foi utilizada análise descritiva por meio do cálculo de média e desvio‐padrão, quartis para as variáveis quantitativas e frequências e proporções para as qualitativas. Através de pesquisa analítica, prospectiva e de corte transversal a coleta foi realizada através da aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Protocolo Sociodemográfico e Clínico, Escala de Imagem Corporal (BIS) e Escala de Autoestima de Rosenberg.
A BIS avalia a preocupação relacionada com a imagem corporal. Nela são avaliados aspectos afetivos, comportamentais e cognitivos. Constituída por 10 questões, respondidas numa escala de Likert de quatro pontos, variando de 0 (nada) a 3 (muito). A pontuação total varia entre 0 e 30, sendo que pontuações mais elevadas indicam maior preocupação com as alterações na imagem corporal resultantes da doença e/ou dos tratamentos. A escala de Rosenberg é um método unidimensional capaz de quantificar o nível de autoestima em baixo, médio ou alto. Constituída por 10 itens, sendo 5 referentes a uma visão positiva de si mesmo e 5 referentes a uma visão autodepreciativa. A pontuação varia de 10 a 60 pontos e o escore é diretamente proporcional ao nível de autoestima. Pontuações < 26 indicam uma autoestima baixa, valores entre 26 e 35 indicam autoestima média e pontuação > 35 indica autoestima alta.
Resultados: O sexo feminino mostrou‐se predominante (60%) e a média de idade dos pacientes foi de 49,96 anos, variando de 20 a 78 anos. Não fumantes compuseram 96% da amostra. Em relação às DII, a DC mostrou‐se mais prevalente (61,3%). Na escala de BIS, a pontuação geral que obteve maior frequência foi zero, compondo 29,3% da amostra. Na Escala de Rosenberg, 92% apresentaram o nível de autoestima “Alta” e nenhum paciente foi classificado com baixa autoestima.
Conclusão: Ao constatar que 92% dos pacientes apresentaram autoestima alta e que 29% afirmaram que em nada a doença teria alterado sua autopercepção corporal, observamos a importância do atendimento multidisciplinar no ambulatório de DlI.