Área: Doenças do assoalho pélvico/Fisiologia Intestinal e Anorretocólica
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Introdução: O evolução do tratamento de câncer de reto com emprego de terapia neoadjuvante diminuiu a recidiva local, porém esses pacientes frequentemente apresentam distúrbios evacuatórios. Faltam estudos que avaliam o impacto da terapia neoadjuvante na função anorretal.
Objetivo: Descrever e comparar os efeitos da neoadjuvância sobre a função anorretal pré e após terapia neoadjuvante.
Método: Estudo coorte longitudinal prospectivo, realizado no ambulatório de câncer de reto do Gastrocentro‐Unicamp, de agosto de 2017 a julho de 2019, em portadores de adenocarcinoma de reto submetidos a tratamento neoadjuvante. As avaliações foram realizadas por meio de manometria anorretal, escore de Jorge‐Wexner, antes e oito semanas após o termino da neoadjuvância. Para a caracterização da amostra foram consideradas as seguintes variáveis: sexo, idade, índice de massa corporal, cor da pele, presença de diabetes; número de gestação e via de parto no sexo feminino. As variáveis manométricas consideradas foram: o valor médio da pressão de repouso (VmedPrep), o valor médio da pressão da contração voluntária (VmedPCV) e valor da máximo da pressão de contração voluntária (VmaxPCV).
Resultados: Foram estudados 48 indivíduos com idade média de 61,98±12,24 anos, sendo 75% do sexo masculino e 72,2% eram brancos. O valor médio do IMC foi de 27,84±5,5kg/m2, 47,9% apresentavam hipertensão arterial sistêmica e 8,3% diabetes. Não houve alteração dos valores do escore de Jorge Wexner antes e após a neoadjuvância (3,38±4,04 vs 3,09±4,63; p>0,05). Houve redução do VmedPrep (55,08±19,41mmHg vs 39,10±12,89mmHg; p<0,05) e do VmedPCV 161,97±47,88mmHg vs 141,96±49,01mmHg, p<0,05), enquanto que não houve alteração nos VmaxPCV (185,50±51,17mmHg vs 173,09±54,78mmHg; p>0,05).
Conclusão(ões): O emprego da terapia neoadjuvante associou‐se com diminuição da pressão média de repouso e da pressão média de contração voluntária. Não houve alteração na avaliação clínica pelos valores do escore de Jorge‐Wexner.