Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Apresentar os resultados cirúrgicos e pós operatórios da técnica endoscópica transanal para adenomas retais com proctoscópio “Ribeiroscópio”, associado a equipamentos convencionais cirúrgicos e endoscópicos.
Método: Trata‐se de análise retrospectiva. O estudo envolveu noventa e nove pacientes submetidos a operações transanais endoscópicas para ressecção de adenomas retais, no período de abril de 2000 a junho de 2018. Foram idealizados e construídos proctoscópios cirúrgicos, gentilmente denominados “Ribeiroscópio”. São confeccionados com material de aço inoxidável, têm aspecto cilíndrico, de 4cm de diâmetro, de 7, 9, 12 e 20cm de comprimento. Os acessórios utilizados, juntamente com o retoscópio cirúrgico, incluem uma fonte de luz com cabo de fibra óptica, um eletrocautério com canetas longas, alças de polipectomia, pinças longas, porta‐agulha longo (material convencional ou de videolaparoscopia). Não há insuflação (pneumorreto) nessa técnica. A confecção de um proctoscópio com alguns de seus principais componentes custa em torno de R$ 1.500,00.
Resultados: As cirurgias realizadas com o proctoscópio tiveram tempo médio de 65,3±41,7 minutos. Houve quatro complicações precoces. Durante o seguimento dos pacientes, foram diagnosticadas 19,2% de recidiva da lesão retal. A mediana do tempo de recidiva foi de 16 meses (IIQ 4–45). Um paciente foi submetido à ressecção da lesão recidivada por colonoscopia, onze (57,8%) foram submetidos à nova operação transanal endoscópica com o proctoscópio descrito, e sete (31,8%) à retossigmoidectomia abdominal. A média do tempo de seguimento foi de 80±61,5 meses. Não houve nenhum óbito relacionado ao procedimento. Observou‐se que a altura do adenoma no reto e a fragmentação da peça cirúrgica tiveram relação com a recidiva da lesão. As complicações pós‐operatórias tiveram relação com o tamanho dos adenomas excisados. Os resultados obtidos com o “Ribeiroscópio” são satisfatórios e semelhantes às outras técnicas de ressecções transanais endoscópicas, que são de alto custo, demandam longo tempo de aprendizado e experiência do cirurgião, além de serem pouco acessíveis em nosso meio.
Conclusão(ões): A avaliação dos resultados cirúrgicos e pós‐operatórios dos procedimentos transanais com o Ribeiroscópio para adenomas retais, como complicações, recorrência, doença residual e reoperação, foi satisfatória e semelhante às outras técnicas transanais endoscópicas. Pode‐se inferir que o proctoscópio descrito, utilizado para as cirurgias transanais em adenomas retais, é uma técnica viável e com maior acessibilidade pelos cirurgiões, o que permite implementar a difusão do seu emprego em clínica cirúrgica.