Introdução: A colonoscopia como método de rastreamento é capaz de diminuir a incidência e a mortalidade relacionadas ao câncer colorretal, sobretudo pela possibilidade de diagnosticar e remover pólipos, sabidamente lesões potencialmente pré‐cancerosas. Entretanto, a detecção de pólipos durante a colonoscopia pode ser falha, sobretudo nos cólons proximais.
Objetivos: Avaliar o impacto da cromoscopia com índigo carmim na identificação de pólipos no ceco e no cólon ascendente e as possíveis correlações entre o número de pólipos identificados após a cromoscopia com as características dos pacientes e com os resultados histopatológicos.
Métodos: Foram estudados dois grupos de pacientes, prospectivamente, com e sem o uso de índigo carmim. No grupo convencional (G1/101 pacientes), o cólon direito foi avaliado uma segunda vez de forma convencional, sem cromoscopia. No grupo cromoscopia (G2/102 pacientes), esses mesmos segmentos foram avaliados uma segunda vez, após o uso do corante índigo carmim.
Resultados: Nos dois grupos foi identificado número adicional de pólipos após a segunda avaliação, mas apenas no grupo com cromoscopia esse número atingiu significância estatística. Após a segunda avaliação, o número de pacientes nos quais se encontrou pelo menos um pólipo adicional foi maior no G2 (22,5% versus 8,9% p=0,008). O número de pacientes que tiveram pelo menos um pólipo nas duas avaliações somadas foi significativamente maior no G2 (552% versus 26,7% com p=0,0002). O número de pólipos encontrados na segunda avaliação foi maior no G2 (76,9%) em relação ao G1 (23,1%), com p<0,0001. Observou‐se, portanto, significativo aumento na detecção de pólipos após o uso do corante, em relação ao grupo convencional, resultou em ganho de performance endoscópica. A maioria das lesões removidas após a cromoscopia correspondeu a adenomas.
Conclusões: O ganho de desempenho na detecção de pólipos no cólon direito com o emprego da cromoscopia com índigo carmim confere importante relevância na prevenção do CaCR a esse método.