Objetivo: Avaliar a ação da mesalazina incorporada a polímero biodegradável nas lesões retais secundárias à radioterapia em ratos, nas fases aguda e crônica de inflamação.
Método: Foram estudados 48 ratos Wistar fêmeas submetidos a irradiação pélvica com metodologia inovadora, conforme publicado na edição de abril de 2017da Acta Cirurgica Brasileira. Os animais receberam uma dose total de 10Gy na região pélvica e foram submetidos a gavagem após duas semanas da irradiação, com quatro soluções distintas (mesalazina, salina, polímero e mesalazina incorporada ao polímero). Em cada grupo, metade dos animais foi sacrificada após cinco semanas da irradiação e a outra metade após oito semanas. Fez‐se então análise histopatológica (HE) quanto a inflamação e fibrose de segmento de reto irradiado.
Resultados: Na análise após cinco semanas da irradiação, observou‐se um maior processo inflamatório e menor fibrose nos grupos mesalazina e polímero quando comparados com o grupo salina (p<0,05). Quando analisados os grupos após oito semanas da irradiação, observou‐se maior infiltrado inflamatório no grupo mesalazina com polímero quando comparado com os outros grupos (p<0,05). Já em termos de fibrose, o grupo salina apresentou maior deposição de colágeno quando comparado com os grupos mesalazina e polímero (p<0,05).
Conclusão: Observou‐se que a mesalazina e o polímero isoladamente tiveram efeito em retardar o processo inflamatório e consequentemente a fibrose durante o período de estudo. Já a mesalazina associada ao polímero não apresentou efeitos benéficos.