Introdução: A cirurgia citorredutora associada a quimioterapia hipertérmica per‐operatória (HIPEC) é um procedimento cirúrgico complexo, usado no tratamento do câncer de várias origens. Foi descrita primeiramente no tratamento do pseudomixoma peritoneal em 1980, por Spratt et al. Desde a década passada, a cirurgia citorredutora com HIPEC emergiu como opção de tratamento efetivo em pacientes com tumores gastrointestinais e mesotelioma peritoneal, alcançou resultados promissores em patologia associada a prognóstico desfavorável.
Objetivo: Avaliar os resultados da cirurgia citorredutora e da quimioterapia hipertérmica (HIPEC) em pacientes portadores de carcinomatose peritoneal operados no Serviço de Coloproctologia do Hospital Felício Rocho, Brasil.
Métodos: Foram analisadas a morbidade e a sobrevida. Foram avaliados retrospectivamente 40 pacientes submetidos a cirurgias de citorredução no serviço de coloproctologia do HFR, entre 2004 e 2015, catalogados no banco de dados da clínica por meio de protocolos pré‐determinados. A idade média foi de 51,17 anos, variou entre 14 e 79 anos, 10% dos pacientes apresentavam idade maior de 60 anos.
Resultados: Em 42,5% (n=17), o sítio primário foi o pseudomixoma, seguido pelo carcinoma colorretal em 35% (n=14) dos casos, 10% (n=4) de origem ovariana e 12,5% (n=5) de outros sítios. O índice de carcinomatose peritoneal (ICP) apresentou média de 17,1. A droga usada na maioria dos pacientes foi a mitomicina C, foram usados oxaliplatina e irinotecano em um paciente. A taxa de complicação foi de 45% (n=18), SIRS, ITU e infecção do sítio cirúrgico foram as mais comuns. A taxa de mortalidade cirúrgica foi de 7,5%. A sobrevida média foi de 29,10 meses. A probabilidade de sobrevida em um ano, três anos e cinco anos foi de 74%, 45% e 31%, respectivamente.
Conclusão: É uma opção de tratamento para pacientes com carcinomatose peritoneal, com perspectiva de aumento de sobrevida.