Objetivos: Avaliar a utilidade da pesquisa de sangue oculto nas fezes, pelo método imunoquímico (FIT), como etapa de triagem para a colonoscopia na prevenção do câncer colorretal (CCR).
Métodos: Estudo transversal, observacional com pacientes entre 40 e 80 anos, encaminhados para rastreamento de CCR, por colonoscopia. Na colonoscopia foram coletados os dados dos testes do FIT. Os achados histopatológicos foram coletados dos prontuários.
Resultados: Entre 93 pacientes analisados, 67 mulheres, com média de 63,1±9,9 anos. O FIT foi positivo em 51 pacientes (54,8%). Encontramos 23 (24,7%) casos de exames normais, 26 (28%) com adenomas, seis (6,5%) com adenocarcinoma e 15 (16,1%) com achados não neoplásicos. Entre 51 casos de FIT positivo encontraram‐se 35 (37,6%) casos positivos para adenoma ou adenocarcinoma. Nos 42 (45,2%) de FIT negativo, os adenomas e adenocarcinomas foram encontrados em 20 (21,5%) e zero, respectivamente. A sensibilidade do FIT foi de 63% e a especificidade de 57%, com um valor preditivo positivo e negativo de 69% e 52%. Houve correlação significativa para o tamanho do pólipo e FIT positivo (r=0,296; p=0,004) e para o número de pólipo/presença de tumor e FIT postivo (r=0,288; p=0,005).
Conclusão: O teste de FIT teve resultados concordantes com os colonoscópicos, nos adenomas avançados, nos adenocarcinomas ou na presença de dois ou mais pólipos, não manteve a concordância com a presença de adenomas menores. Entretanto, devido à baixa sensibilidade, este estudo sugere que a indicação de colonoscopia não deve ser alterada em consequência do resultado do exame FIT.