Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar as principais manifestações e demandas em uma fila de espera na área da coloproctologia, atendidos em regime de mutirão.
Método: Trata‐se de um estudo transversal descritivo, com dados obtidos a partir de um mutirão de coloproctologia, realizado no município de Ribeirão Preto, de setembro a novembro de 2017.
Resultados: Foram avaliados 786 pacientes, com idade média de 56±15 anos e maior prevalência do sexo feminino (62%), com baixa escolaridade (53%). A maior parte dos encaminhamentos foi motivada para atendimento de pacientes sintomáticos (75%). As principais manifestações relatadas foram: sangue nas fezes (34,9%), constipação intestinal (23,9%), abaulamento anal (23%), dor abdominal (19,5%) e dor anal (19%). Houve ainda solicitação de avaliação de pacientes assintomáticos, por positividade na pesquisa de sangue oculto nas fezes (14%) e para realização de colonoscopia de rastreamento (11%). O tempo médio de espera para avaliação com o especialista foi de 25±6 meses. Os principais achados ao exame físico foram: doença hemorroidária (35%), plicomas (21,8%) e fissuras anais (5%). Ao exame proctológico foram diagnosticados câncer retal em 5 pacientes (0,6%). Na maior parte dos casos (62%), houve necessidade de solicitação de exames complementares e a colonoscopia foi o principal método requisitado (97%).Em relação ao seguimento, os pacientes foram redirecionados para avaliação com clínico geral da Unidade Básica de Saúde (UBS) (76%), avaliação em unidade secundária (15%) e avaliação em unidade terciária (5%). Em relação ao manejo, indicou‐se tratamento clínico para a maioria dos casos (82,8%).
Conclusões: Observou‐se longo tempo de espera para consulta especializada. A maior parte das demandas poderia ter sido atendida na UBS.