Introdução: A colonoscopia como método de rastreamento é capaz de diminuir a incidência e a mortalidade relacionada ao câncer colorretal, sobretudo pela possibilidade de diagnosticar e remover pólipos, sabidamente lesões potencialmente pré‐cancerosas. Entretanto, a detecção de pólipos durante a colonoscopia pode ser falha, sobretudo nos cólons proximais.
Objetivos: Avaliar o impacto do uso da retroflexão na identificação de pólipos no ceco e no cólon ascendente e as possíveis correlações entre o número de pólipos identificados após a retroflexão.
Métodos: Foram estudados dois grupos de pacientes, prospectivamente, com e sem retroflexão em cólon direito. No grupo 1 (50 pacientes), o ceco e o cólon ascendente foram avaliados uma segunda vez de forma convencional, sem retroflexão. No grupo retroflexão (50 pacientes), esses mesmos segmentos foram avaliados uma segunda vez com retroflexão no cólon direito.
Resultados: Nos dois grupos foi identificado número adicional de pólipos após a segunda avaliação, porém não atingiu significância estatística no grupo da retroflexão. Após a segunda avaliação com retroflexão, o número de pacientes nos quais se encontrou pelo menos um pólipo adicional foi maior no grupo que fez retroflexão, porém sem significância estatística. O número de pacientes que tiveram pelo menos um pólipo nas duas avaliações somadas foi maior no grupo retroflexão. O número de pólipos encontrados na segunda avaliação também foi maior no grupo retroflexão. Observou‐se, portanto, aumento na detecção de pólipos após o uso da retroflexão, em relação ao grupo convencional, resultou em ganho de performance endoscópica. A maioria das lesões encontradas após a retroflexão correspondeu a adenomas e menores do que 5mm.
Conclusões: O ganho de desempenho na detecção de pólipos no ceco e no cólon ascendente com o emprego da retroflexão conferiu relevância na prevenção do câncer colorretal a esse método, deve seu uso ser incentivado e mais estudado.