Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Vídeo Livre
Objetivo(s): Avaliar a funcionalidade da técnica V‐Y em paciente com câncer retal.
Descrição da técnica: Após retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto, paciente fica pronada na mesa cirúrgica com as pernas abertas e fixadas. Realizada marcação com caneta própria dos limites do retalho V‐Y e um “X” marcando a artéria glútea superior. Uma excisão elíptica é feita fora do ânus, sempre com uma compressa em contato com o tumor para diminuir o risco de contaminação. A abertura por planos é feita, tendo como algumas das referências principais a tuberosidade isquiática nas laterais e o cóccix na parte superior. O glúteo máximo e o músculo elevador do ânus são identificados. Realizada fratura da porção distal do cóccix. Realizada ressecção abdominoperineal propriamente dita, tendo os músculos elevadores do ânus direito e esquerdo como referências laterais. Realizado contorno da incisão para excisão da parede posterior da vagina (último segmento anterior). Antes da reconstrução do períneo, é deixada uma sonda Foley número 26 com o balão insuflado com 60ml para ajudar no fechamento do oco pélvico. Realizada incisão em “Y” unilateral com bisturi frio no lado direito da paciente até a fáscia da musculatura glútea com identificação e preservação da arteira glútea superior. Após isolado o retalho, foi realizado seu avanço, conectando o ponto mais distal e inferior do lado direito com o ponto mais distal e inferior do lado esquerdo da paciente. A junção do “Y” do lado direito é deslocada para o ponto mais distal e inferior do glúteo direito, resultando na forma em “V” após sutura dos pontos mais laterais, formando uma linha horizontal no glúteo ipsilateral com pontos de Donatti.
Relato do Caso: N.A.L.B., sexo F, 65 anos, com nodulação anal, hematoquezia, tenesmo. À colonoscopia, apresentou a 4cm da borda anal. Anatomopatológico demonstrando adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Foi submetida a QRT por 56 dias. Estadiamento pré‐neo: cT4bN+M1a (cadeia lateral) e Estadiamento pós‐neo: cT4bN+M1b (pulmão). Estadiamento patológico pós cirurgia: pT4b, pN1b, pMX.
Discussão: Nos casos de tumores de reto com invasão de órgãos vizinhos (T4), utiliza‐se alguma forma de exenteração pélvica, procedimento invasivo que provoca lesões perineais significativas, fazendo‐se necessário o uso de retalhos, livres ou de avanço, para fechamento. Segundo a literatura, existem essencialmente três tipos: retalhos de avanço V‐Y bilaterais, retalhos de transposição de reto abdominal (VRAM) e retalhos de rotação do músculo gracil. Neste caso optou‐se pela técnica V‐Y. Em relação às alternativas, o retalho V‐Y apresentou menor tempo operatório e menor impacto sobre a qualidade de vida do paciente, destacando‐se a possibilidade de utilização da técnica pelo cirurgião colorretal.
Conclusão: Foram avaliadas as vantagens da técnica utilizada, levando em conta a qualidade de vida, bem como os aspectos estéticos finais da cicatriz cirúrgica.