Objetivo: Avaliar o impacto da preservação da artéria retal superior em colectomia videolaparoscópicas por doenças diverticular.
Métodos: Trabalho prospectivo realizado no período de 01/2000 a 06/2017,foram avaliados 64 pacientes (35 mulheres e 29 homens). A média de idade foi de 60 anos (37‐90). Em 60, foram realizados retossigmoidectomia e, destes, 55 com liberação do ângulo esplênico. Quatro casos de colectomia total, 2 por sangramento maciço e 2 por se tratar de doença diverticular avançada em todo o cólon, todos os casos com preservação da artéria retal superior (PARS). Dezesseis pacientes foram operados de emergência. Todos foram submetidos à videocolectomia. A técnica cirúrgica utilizada foi abordagem medial do cólon, com identificação e ligadura da veia mesentérica. Todos os casos foram identificados e preservação da artéria retal superior dos nervos hipogástricos e o ureter. A secção do reto peritoneal foi realizada, logo abaixo da transição retossigmoide com endogrampeador linear. A anastomose foi realizada com grampeador circular 31 ou 33mm, após a verificação da integridade da arcada de Rioland pela técnica de duplo grampeamento. Em todos os casos foi realizado reforço da anastomose com sutura em dois planos utilizando fio PDS 3.0, ou vicryl 000. O teste do borracheiro e do azul para testar integridade da anastomose foram feitos de rotina.
Resultados: Um total de 9 pacientes apresentaram complicações pós‐operatórias, sendo 4 casos de sangramento anal precoce, 1 deles foi realizado cauterização endoscópica com transfusão de hemácias e outros resolveram espontaneamente. Houve 1 caso de estenose da anastomose, que foi tratado com dilatação endoscópica. Em 1 caso houve infecção da ferida operatória, que evoluiu com abscesso de parede abdominal com necessidade de drenagem, em 2 houve abscesso pélvico, sendo necessária drenagem percutânea e 1 caso de reoperação precoce no primeiro pós‐operatório por lesão inadvertida de intestino delgado. Não foram observadas fístulas e complicações urinárias. O tempo médio de seguimento pós‐operatório foi de 38 meses.
Conclusão: Os autores demonstram a factibilidade da preservação da artéria retal superior na colectomia laparoscópica em casos eletivos e urgências na doença diverticular com resultados promissores tanto na redução da incidência de fístulas quanto nos distúrbios funcionais com a preservação também das inervações.