Objetivo: Analisar os casos de câncer de reto extraperitoneal submetidos a tratamento cirúrgico no SCP (serviço de Coloproctologia) de hospital público de Santa Maria (SM) no período entre 2014 e 2016, avaliando a epidemiologia dos pacientes, tratamento oferecido e complicações.
Método: Estudo observacional, do tipo transversal, retrospectivo, através de dados coletados dos prontuários de pacientes submetidos à cirurgia para tratamento de câncer de reto extraperitoneal em SCP em SM no período de 2014 a 2016. Os dados foram coletados no Arquivo e Prontuário On Line. Para isso, foi confeccionado um questionário e avaliados: idade, sexo, raça, procedência, tempo entre diagnóstico e início do tratamento, tempo entre tratamento neoadjuvante e cirurgia, e estudo anatomopatológico (AP). Também foram avaliados o estádio tumoral, complicações pós‐operatórias e comorbidades.
Resultados: Dos pacientes avaliados, 36 (94,7%) foram incluídos no estudo, dos quais 8 eram do sexo feminino e 28 do sexo masculino. 2 pacientes foram excluídos do estudo, pois se negaram a realizar parte do tratamento proposto. A idade média ao diagnóstico foi de 61,9 anos. Quanto à procedência 33,3% eram provenientes de SM. Sobre a raça, 91,7% eram brancos. O tempo médio entre o diagnóstico e a cirurgia, dos pacientes que não realizaram neoadjuvância foi de 78 dias. Para a avaliação do tempo entre o diagnóstico e o tratamento dos pacientes que foram submetidos à terapia neoadjuvante, foram feitos grupos obtendo‐se que a maioria dos pacientes (65,5%) se encontravam no grupo de 61 a 90 dias. Já em relação ao tempo entre o fim da terapia neoadjuvante e o tratamento cirúrgico foi mais prevalente o grupo de 56 a 80 dias com 14 pacientes. Com relação ao AP observa‐se que prevaleceu o grau histológico adenocarcinoma em 33 pacientes. Na maioria dos casos (83,3%) não houve complicações no pós‐operatório imediato. Ao se avaliar os pacientes que realizaram terapia neoadjuvante, obtivemos 10,3% com estágio ypT0N0M0, e a regressão do estádio tumoral foi de 31%. Já quando avaliados os pacientes que não realizaram neoadjuvância, houve uma diferença no estadiamento, com piora de 71,4%.
Conclusão: A epidemiologia dos pacientes estudados é compatível com outros estudos realizados anteriormente; ‐ Há atraso no início do tratamento dos pacientes com neoplasia de reto extraperitoneal segundo o tempo preconizado na Lei 12.732/12; ‐ A terapia neoadjuvante, é efetiva na diminuição do estádio tumoral.