Introdução: A ultrassonografia endoanal (US‐3D) e a ressonância magnética representam atualmente métodos de imagem de escolha para avaliação de fístulas perianais e podem ser usados isoladamente ou em combinação para escolha da melhor opção de tratamento.
Objetivo: Avaliar a posição anatômica do trajeto (T) da fístula, a localização do orifício interno (OI) e externo (OE) e o tipo de fístula pela US‐3D em comparação com o exame clínico de acordo com a regra de Goodsall e o achado cirúrgico.
Método: Pacientes com fístulas criptoglandulares submetidos a exame clínico, US‐3D e tratamento cirúrgico de 2012 a 2016 foram avaliados prospectivamente. Identificaram‐se os tipos de T (trajeto radial ou curvo), posição do OE e OI em relação à circunferência anal e à linha anal transversal entre 3h e 9h (anterior/A ou posterior/P) e foram classificados de acordo com Parks. Os pacientes foram agrupados de acordo com gêneros, tipo de fístula e posição de OE e OI. Os achados foram comparados entre US‐3D, exame clínico de acordo com a regra de Goodsall e achados cirúrgicos. A fístula transesfinctérica é a mais prevalente em ambos os sexos. O trajeto radial no homem é prevalente em ambas as posições do OE e OI, A e P. Já nas mulheres, o trajeto radial apresenta maior prevalência posteriormente. O US‐3D demonstrou correlação de 66% com a regra de Goodsall em descrever o trajeto radial de fístula anal com OE anterior em homens; e baixa correlação no OE com trajeto posterior, apresentou trajeto curvo em apenas 23%. Similar, no sexo feminino nas posições A e P, baixa correlação, uma vez que a fístula com OE anterior apresentou curso radial em 22%; e com o OE posterior, o T foi curvo em apenas 33% em ambos os tipos de fístula anal.