Introdução: O carcinoma basocelular é a neoplasia humana mais comum. Cerca e 75‐80% estão localizadas nas áreas de cabeça e pescoço, maioria em idosos. É rara a presença desses tumores em área não expostas ao sol. O carcinoma basoceclular do ânus é uma patologia extremamente incomum, ocorre em 0,06‐0,13% entre as doenças malignas anorretais e 0,27% de todos os carcinomas basocelulares diagnosticados. A literatura evidencia a importância da biopsia como guia de tratamento e o diagnóstico diferencial considerando a variante epidermoide sendo a mais comum e o tumor basaloide, o qual histologicamente se assemelha ao basocelular.
Descrição do caso: 56 anos, sexo masculino, queixa de secreção na roupa intima, sangramento intermitente, podendo ou não estar relacionado a evacuação e dor para sentar. O exame da região anal mostrou uma massa superficial na linha média posterior, ulcerada, endurecida, fixa, friável, de bordos elevados, não invadindo canal anal pelo toque retal, aparentemente sem comprometimento esfincteriano. Foi realizada biopsia com histopatológico de carcinoma basocelular. Foi, então, realizada excisão local com margem e segundo orientação da oncologia não foi indicada terapia adjuvante com radioterapia ou quimioterapia. Paciente teve boa evolução e até o momento sem recidivas.
Discussão: Lesões ulceradas da região anal devem ser biopsiadas e os diagnósticos diferenciais comuns e incomuns devem ser aventados. A diferenciação histológica entre carcinoma nas‐celular e tumor basoloide é de extrema importância, ressaltando a necessidade da relação patologista‐cirurgião em prol da melhor escolha terapêutica caso‐a‐caso.
Conclusão: O carcinoma basocelular deve ser considerado diagnóstico diferencial e todos os tumores dermatológicos, mesmo em áreas não expostas ao sol. A biopsia e discussão com patologista são essenciais nas condução do caso e consideração de diagnósticos diferenciais. A excisão local com margem mostrou bom resultado como tratamento de escolha.