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Vol. 38. Issue S1.
Pages 67 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 67 (October 2018)
P217
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CARCINOMA ESPINOCELULAR DE CANAL ANAL: APRESENTAÇÃO ATÍPICA EM FORMA DE FÍSTULA PERIANAL
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Cintia Mayumi Sakurai Kimura, Jose Americo Bacchi Hora, Edesio Vieira da Silva Filho, Caio Sergio Rizkallah Nahas, Sergio Carlos Nahas, Ivan Ceconello, John Anibal Tapia Baca
Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina (FM), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Resumo: O carcinoma espinocelular (CEC) de ânus vem aumentando em incidência e pacientes HIV+ com infecção pelo HPV são o principal grupo de risco. Existem lesões precursoras, neoplasias intraepiteliais, que são passíveis de tratamento quando diagnosticadas precocemente. O rastreamento para câncer de ânus, entretanto, ainda não é bem difundido no Brasil. É necessário identificar grupos de risco para CEC de canal anal para referenciá‐los para rastreamento e ter alto índice de suspeição ao se deparar com pacientes soropositivos e lesões perianais. A seguir, apresentamos um caso de CEC de borda anal com apresentação atípica.

Caso: Paciente CAFN, 55 anos, diagnosticado com HIV em 1998, quando teve criptococose disseminada. Vem em tratamento com antirretrovirais desde então. Em 2016 passou a apresentar dor e saída de secreção perianal, com discreto nódulo no orifício de drenagem, seu CD4 era 424 e a carga viral, indetectável. Foi tratado com antibioticoterapia sem melhora e evoluiu com aumento do nódulo e piora da dor. Realizou ressonância em 2017, que mostrou fístula perianal interesfincteriana com orifício interno e exteriorizando‐se em orifícios no sulco interglúteo e tecido de granulação com realce pelo contraste nas paredes do trajeto fistuloso. O paciente seguiu sem melhora até que, em março de 2018, foi encaminhado ao nosso ambulatório. Apresentava um nódulo perianal à direita de 7cm, com orifícios com drenagem de secreção purulenta, móvel. Foi submetido a duas biópsias incisionais, cujos anatomopatológicos mostraram lesões anais com alto grau de alteração citopatológica. Optou‐se por realizar biópsia excisional. No intraoperatório não foi identificado orifício fistuloso interno. Foi realizada ressecção da lesão com margens macroscópicas livres e preservação esfincteriana. O anátomopatológico mostrou carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado invasivo com margens profundas coincidentes com a lesão. O paciente foi referenciado para quimiorradioterapia.

Discussão: O paciente acima descrito poderia ter sido diagnosticado mais precocemente se estivesse em programa de rastreamento. Além disso, o CEC perianal pode ter diversas apresentações e em fístulas perianais de pacientes HIV+ com HPV, a presença de lesões associadas ao HPV pode ocorrer em até 50% dos casos.

Conclusão: O rastreamento de câncer de ânus e alta suspeição para CEC são importantes sobretudo nas populações de risco, pois viabilizam o diagnóstico do tumor em estágios mais precoces.

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Journal of Coloproctology

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