Objetivo: Analisar o perfil dos pacientes e apresentar seu desfecho após serem submetidos à microcirurgia endoscópica transanal.
Método: Estudo retrospectivo, casuística representada por 51 pacientes que realizaram ressecção de lesões de reto via TEO pelo Grupo de Coloproctologia da Santa Casa de Belo Horizonte de 2014 a 2018.
Resultados: Dos 51 pacientes analisados, 47% eram provenientes do SUS. A faixa etária predominante foi entre 51 e 70 anos (60,8%) e 57% deles eram do sexo feminino. A média do IMC foi 25,12 (17 – 32). A maioria dos pacientes foram classificados como ASA II (62,7%), sendo que nos 75% dos pacientes que possuíam comorbidades, a hipertensão arterial foi a mais prevalente (43%). Em nove casos houve tentativa prévia de ressecção, sendo que a mucosectomia foi realizada em 5 pacientes. O estadiamento por imagem não foi realizado em um terço dos pacientes, parte devido à indicação apenas por critérios endoscópicos que sugeriam adenoma e parte que se tratavam de pacientes do SUS que não tinha acesso a ultrassom endoanal. Dos pacientes estadiados, 62,9% apresentavam lesão não invasiva, 11,4% eram T1, 17,1% eram T2 e 8,6% eram T3. Em relação ao tempo cirúrgico, a média foi de 82 minutos (entre 30 a 240 minutos). Em 61,2% das lesões do reto, localizavam‐se na segunda válvula. Considerando‐se a técnica realizada, a energia monopolar foi empregada em 59% dos casos e houve fechamento em 86,3%, sendo que em 52% foi utilizado clipes. No pós‐operatório, o tempo médio de internação foi de 2 dias. Oito pacientes (13,7%) apresentaram complicações, como deiscência (25%), TVP (12,5%) e sangramento (12,5%); nenhum deles precisou de reoperação. Após a análise histopatológica da peça ressecada, constatou‐se que 94% apresentavam margens livres, e em 45% classificou‐se as lesões como adenoma túbulo‐viloso, seguido de adenocarcinoma (24%).
Conclusão: À microcirurgia endoscópica transanal é uma técnica segura, eficaz e viável para resseções de tumores do reto, e que permite uma melhor definição da margem cirúrgica.