Objetivos: Demonstrar a factibilidade e benefícios na associação de técnica cirúrgica conservadora no reto associando a ressecção segmentar somente no cólon sigmoide nas lesões estenosastes, deformantes e múltiplas em pacientes portadoras de endometriose profunda, com intuito de preservar o máximo do reto médio e baixo e evitar suas sequelas mesmo sendo necessária a ressecção do sigmoide.
Métodos: Dez pacientes portadoras de endometriose infiltrativa demostrada por exames de imagem, acometendo o reto médio e ou baixo associado a lesões infiltrativa e deformante no sigmoide, foram submetidas a tratamento cirúrgico videolaparoscópicas entre 2016 e 2017. A retirada da lesão no reto foi feita pela técnica de shaving nos nódulos superficiais ou em disco nas lesões profundas que acometem a camada muscular ou além desta camada. Nas lesões maiores e profundas associou‐se à técnica de shaving de maneira agressiva, como único propósito a diminuição do tamanho, camada espessa e parte endurecida da lesão, com aplicação de sutura de aproximação nas bordas sadia para caber na mandíbula do grampeador. Nas lesões no sigmoide, a conduta preconizada foi a ressecção segmentar. Cinco pacientes submetidas a técnica de shaving no reto e segmentar no sigmoide, outras 5 pacientes foram submetidas a técnica de disco no reto e segmentar no sigmoide com anastomose intracorpórea em duplo grampeamento e a retirada da peça foi pelo portal de 12mm na fossa ilíaca direita em 8 casos e vaginal em 2 casos.
Resultados: O tempo médio de cirurgia foi de 55 minutos. Não houve necessidade de colocação de dreno contrário. A média da perda de sangue foi de 80ml. O tempo de internamento foi de dois dias (1‐3). As pacientes foram avaliadas sobre a função intestinal, sem queixas evacuatórias.
Conclusão: Associação de técnicas, conservadora no reto e radical no sigmoide, em lesões múltiplas do retossigmoide, é factível e proporciona boa qualidade de vida.