Introdução: A cirurgia endoscópica transanal (TEM/TEO) oferece acesso para ressecção de lesões benignas e malignas em estádio inicial localizadas no reto com as vantagens de baixa morbidade.
Descrição do caso: Paciente masculino de 49 anos, com diagnóstico de lesão volumosa e amolecida a 4cm da borda anal. Submetido em outro serviço à tentativa de ressecção por colonoscopia sem sucesso e por via transanal clássica também sem sucesso. Estadiamento com tomografias, RNM pelve e USG endoanal e colonoscopia com magnificação de imagem sugeria a presença de lesão precoce, cT1N0. Optado então por abordagem transanal com TEO. Paciente posicionado em decúbito lateral esquerdo, tendo em vista a localização da lesão em parede póstero‐lateral esquerda e identificada lesão de 3cm de extensão à 3,0cm da borda anal, ocupando 30% da luz do órgão. Delimitado margem de resseção 1,0cm além da lesão seguido de ressecção complete com espessura total da parede do reto com exposição do mesorreto e musculatura esfincteriana. Realizado fechamento primário com fio farpado número 2.0. Não houve intercorrências durante o procedimento nem no pós‐operatório, tendo o mesmo recebido alta no 3° PO. O exame anatomopatológico demontrou a presence de um adenoma viloso com displasia de alto grau, medindo 3,1 x 2,2cm de diâmetro, Ausência de neoplasia invasiva, margem de ressecção cirúrgica livre (menor margem de 0,6cm).
Discussão: O emprego da cirurgia endoscópica transanal com TEO possibilitou a realização de abordagem local com sucesso mesmo após tentativas por colonoscopia e via transanal clássica prévias falharem.
Conclusão: O tratamento transanal de lesões precoces deve ser realizado por coloproctologistas treinados e afeitos com as diversas técnicas disponíveis. Em especial na suspeita de lesões precoces volumosas deve‐se priorizar a ressecção transanal com emprego TEM/TEO.