Objetivo: Relatar a experiência do serviço de Coloproctologia de hospital universitário federal da Bahia, na realização de cirurgias de acesso abdominal em um período de dois anos.
Métodos: Estudo transversal retrospectivo, com dados coletados do prontuário médico dos pacientes submetidos às cirurgias com acesso abdominal realizadas pelo serviço de Coloproctologia, no período de março de 2016 a março de 2018.
Resultados: Foram realizadas 63 cirurgias com acesso abdominal, sendo 55 (87,3%) delas via laparotômica e oito (12,7%) via videolaparoscópica, em um total de 47 pacientes. Destes, 25 (53,2%) do sexo masculino e 22 (46,8%) do sexo feminino; com idade variando entre 14 e 84 anos (média 57 anos). As cirurgias se distribuíram da seguinte forma: 12 (19,04%) colectomias direitas, quatro (6,34%) colectomias esquerdas, seis (9,52%) retossigmoidectomias, 11 (17,46%) colectomias totais, quatro (6,34%) amputações abdominoperineais do reto, quatro (6,34%) laparotomias exploradoras e duas (3,17%) videolaparoscopias diagnósticas. Foram realizadas ainda nove (14,28%) confecções de colostomias em alça, sete (11,1%) reconstruções de trânsito intestinal, uma (1,58%) sacropromontofixação do reto e duas (3,17%) estricturoplastias. Dentre os diagnósticos, o mais comum foi adenocarcinoma de cólon (36,17%). Das cirurgias realizadas, observou‐se um total de 14 (22,22%) complicações; dentre elas, quatro clínicas e 10 complicações cirúrgicas, as quais, seis necessitaram de reabordagem. Das 10 complicações cirúrgicas ocorreram: duas deiscências de anastomose, três eventrações, três ileo adinâmico, uma coleção intrabdominal, um desabamento de colostomia, uma necrose de cólon descendente, e uma peritonite. Na amostra estudada observou‐se três óbitos.
Conclusão: Os resultados obtidos nesse estudo revelam a necessidade de reavaliação do serviço de forma continuada, afim de que se possa melhorar progressivamente a qualidade de serviço prestado aos pacientes assistidos.