Introdução: Cisto pilonidal é uma desordem inflamatória decorrente da penetração de um pelo na epiderme. Tal patologia foi descrita primeiramente por Warren em 1854, Hodges, em 1880, foi quem usou o termo pela primeira vez. Clinicamente se manifesta por padrões inflamatórios clássicos, pode se apresentar com secreção purulenta. A presença dessa entidade endoanal é rara, conta com poucos casos descritos na literatura. A etiologia ainda é incerta, porém a teoria mais aceita atualmente é a adquirida, que ocorre após procedimento cirúrgico em que o pelo penetra no tecido subcutâneo através da ferida operatória.
Descrição do caso: Masculino, 40 anos, submetido a fistulectomia havia nove anos devido a abscesso perianal fistulizado. Em consulta ambulatorial atual, queixava‐se de dores em região anal, abaulamento perianal e drenagem de secreção purulenta. O exame físico evidenciou a presença de abscesso perianal à direita com orifício fistuloso. Foi submetido a fistulectomia+drenagem de abscesso, na qual se observou orifício próximo à linha pectínea anterior com presença de pelo sem raiz interna, além de dois orifícios fistulosos aproximadamente a 3cm do orifício anal, laterais à direita, com saída de secreção purulenta. Feito teste com água oxigenada que demonstrou comunicação entre os orifícios além de comunicação com cavidade coletora pararretal volumosa.
Discussão: A apresentação do cisto pilonidal endoanal é rara, a região sacrococcígea é o local mais comum. Lesões similares foram descritas em outras partes do corpo, como parede abdominal, orelha, mãos, região interdigital, occipital e umbilical. O principal fator de risco é a feitura prévia de procedimento em região anal. A maioria dos pacientes é homem jovem e sintomático.
Conclusão: Embora seja extremamente raro e tenha poucos casos descritos na literatura atual, cisto pilonidal pode ocorrer no canal anal. O tratamento cirúrgico demonstra ser efetivo com baixas taxas de recorrência.