Objetivo: Demonstrar a viabilidade de fazer colectomia direita com anastomose intracorpórea em tumor de cólon T4.
Métodos: Paciente M.L.R.C., 65 anos, sem comorbidades, apresentava queixa de distensão abdominal e dor em hipocôndrio direito havia nove meses. Foi então investigada com colonoscopia, a qual diagnosticou uma lesão vegetante e estenosante em cólon ascendente, cujo anatomopatológico foi de adenocarcinoma invasivo, de padrão tubular e cribiforme. Foi então estadiada com tomografia de tórax, abdome e pelve, que revelou um acentuado espessamento parietal concêntrico do ceco e cólon ascendente proximal, que se estendia por 8cm; a lesão se encontrava aderida à superfície parietal da fossa ilíaca direita e anexo uterino direito. Não havia metástases a distância. A paciente então foi submetida a uma colectomia direita por via laparoscópica. Durante o inventário da cavidade, observamos que o tumor se encontrava intensamente aderido à parede abdominal da fossa ilíaca direita e ao anexo direito, conforme descrito na tomografia. Foi feita dissecção de medial para lateral, com identificação e ligadura da a. e v. ileocólica. No entanto, devido ao volume do tumor, não foi possível atingir a goteira direita através dessa dissecção, de forma que a abordagem prosseguiu de lateral para medial. O peritônio parietal da fossa ilíaca direita e os vasos epigástricos foram ressecados junto com o tumor, permitiram margem radial macroscopicamente livre de neoplasia. Houve a necessidade de fazer salpingooforectomia direita para retirada da peça em bloco. Liberamos o ângulo hepático e fizemos descolamento do intercolon‐epiploico até a metade proximal do transverso. O cólon transverso foi grampeado laparoscopicamente. Em seguida, fizemos ileotransverso anastomose intracorpórea isoperistáltica, que se deu por uma incisão de Pfannenstiel de 12cm.
Resultados: A paciente teve evolução favorável no pós‐operatório, apresentou evacuação no terceiro dia de pós‐operatório.
Conclusão: A colectomia direita com anastomose intracorpórea é viável e segura mesmo em tumores volumosos estádio T4.