Área: Doenças Inflamatórias Intestinais
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Relatar uma complicação temida da doença de Crohn com necessidade de manejo cirúrgico por obstrução secundária a estenose ileal.
Descrição do caso:C.T.S., 39 anos, sexo feminino em acompanhamento ambulatorial devido à doença de Crohn forma estenosante em íleo terminal diagnosticada há 13 anos. Paciente com perda de seguimento retorna após 1 ano com perda ponderal de 10kg, dor abdominal, artralgia, redução do número de evacuações e queda do estado geral há 5 meses. Em uso de mesalazina 800mg 8/8h, prednisona 20mg e adalimubab de 15/15 dias de forma irregular nos últimos 4 meses. Devido ao quadro clínico atual optado por internação hospitalar. Iniciado antibioticoterapia com ceftriaxona e metronidazol e exames de imagem para nova avaliação da doença. Realizou enterotografia que evidenciou “espessamento e realce parietal concêntrico do íleo terminal e válvula íleocecal com sinais de afilamento intraluminal podendo corresponder a estenose local, promovendo distensão de alças entéricas à montante” e colonoscopia “íleo terminal apresenta‐se com úlceras por fibrina e subestenose intransponível ao aparelho. Mucosa normal em ceco, cólon ascendente ângulo hepático, cólon transverso, ângulo esplênico, cólon descendente, sigmoide e transição retossigmoide” procedimento no qual foram realizadas biópsias (íleo terminal ‐ ileíte crônica com extensas áreas erodidas; reto ‐ mucosa com focos de hemorragia recente, ausência de granulomas e microabscessos de criptas; cólon ‐ mucosa edemaciada) Devido a má evolução clínica e achados da colonoscopia for optado pela realização de colectomia direita com anastomose latero‐lateral grampeada isoperistáltica. Paciente com boa evolução pós‐operatório com alta hospitalar após nove dias da cirurgia e dezessete dias de internação hospitalar.
Discussão e Conclusão(ões): A estenose é uma das complicações mais temidas e frequentes da doença de Crohn mal controlada. Aproximadamente 30% dos doentes evoluem com graus de estenose que podem levar a obstrução intestinal com necessidade de ressecção. Como a formação de novas estenoses é comum, muitos pacientes podem apresentar múltiplas ressecções e com isso evoluir com intestino curto; por isso atualmente em paciente com múltiplas estenoses tem se optado pela esfincteroplastia e deixado a enterectomia para situações de obstrução intestinal como no caso em questão.