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Vol. 39. Issue S1.
Pages 59-60 (November 2019)
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Colite cística profunda ‐ relato de caso com remissão espontânea
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G.N. Vilar, M.C.R. Silveira, J.M. Miranda, M.R. Feitosa, R.S. Parra, A.B. Filho, O. Féres, J.J.R. Rocha
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Área: Doenças Anorretais Benignas

Categoria: Relatos de caso

Forma de Apresentação: Pôster

Objetivo(s): Relatar caso de colite cística profunda, doença colorretal benigna e rara, que se caracteriza pela presença de cistos submucosos no intestino grosso.

Descrição do caso: Paciente feminina, 43 anos, branca, com histórico familiar de 2 parentes de 2° grau com neoplasia colorretal. Assintomática. Colonoscopia de rastreamento com achado de múltiplos cistos submucosos no cólon sigmoide se estendendo por 10cm. Anatomopatológico das lesões com colite crônica leve. Permaneceu assintomática durante os 5 anos de acompanhamento. Na vigilância com retossigmoidoscopia flexível anual, manteve o mesmo padrão do primeiro exame até que em 2018 as lesões císticas tiveram resolução espontânea, dando origem a cicatriz hipocrômica.

Discussão e Conclusão(ões): A colite cística profunda foi classificada por Herman e Nabseth (1973) em três formas, de acordo com sua distribuição: difusa, segmentar e localizada. A forma difusa está comumente associada à doença inflamatória intestinal. A forma segmentar caracteriza‐se por lesões geralmente polipoides, em um ou mais segmentos colônicos (principalmente retossigmoide). A forma localizada, a mais frequente, apresenta geralmente lesão única, polipoide com ou sem ulceração e acomete o reto em sua parede anterior, entre 05 e 12cm da margem anal. A apresentação clínica é variável, sendo relacionada à localização, à doença associada, ao número e ao aspecto macroscópico das lesões. Entre os principais sintomas estão a eliminação de sangue, muco, diarreia, tenesmo, dor, cólicas abdominais e dor retal. A avaliação endoscópica apresenta lesões polipoides, nódulos submucosos ou ulcerações. Os pólipos podem ser sésseis ou pediculados, únicos ou múltiplos, e estes, quando confluentes, podem formar uma massa de vários centímetros de diâmetro. A colite cística profunda apresenta diagnóstico diferencial extenso. As principais categorias incluem as neoplasias benignas e malignas, doenças inflamatórias intestinais, infecções, colites medicamentosas e não‐medicamentosas. Lesões pequenas e pouco sintomáticas são tratadas com aumento de fibras na dieta ou enemas com corticoesteroides. Torna‐se fundamental a avaliação de causa subjacente, como doença inflamatória intestinal ou prolapso retal, cujo tratamento pode ocasionar a regressão da lesão cística. O prognóstico é excelente, apresentando taxa de recorrência extremamente baixa. A colite cística profunda é doença benigna e rara, entretanto guarda íntima semelhança clínica e macroscópica com neoplasia maligna colorretal. O tratamento expectante pode ser realizado, desde que ocorra vigilância endoscópica e ausência de sinais sugestivos de neoplasias malignas.

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Journal of Coloproctology
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