Introdução: A colonoscopia está usualmente pouca indicada abaixo dos 50 anos, é restrita a algumas situações. Raramente é usada para pacientes sem história familiar de neoplasia e sintomatologia pobre relacionada ao trato digestivo. Sua indicação está bem estabelecida quando da presença de sinais e sintomas suspeitos de afecções coloproctológicas, tais como doença inflamatória intestinal, diagnóstico diferencial de síndromes diarreicas, síndromes polipoides, entre outros.
Objetivo: Avaliar os achados de colonoscopias em idades inferiores a 50 anos (A) e compará‐los com o grupo de idade acima de 50 anos (B), observar ainda a indicação para o exame pela faixa etária.
Material e métodos: Foram avaliadas 1.403 colonoscopias feitas pela equipe de coloproctologia de um hospital público de Campinas (SP), em seis anos, 335 abaixo de 50 anos; 12 pacientes foram excluídos por história de polipose familiar. A partir dos dados obtidos foram avaliados também os motivos do exame, bem como os achados endoscópicos encontrados.
Resultados: De 1.403 casos avaliados, 23,86% eram de usuários abaixo dos 50 anos, 127 homens e 208 mulheres. Os principais motivos para o exame foram: suspeita de doença inflamatória intestinal (14,02%), alteração do hábito intestinal (12,23%) e seguimento por achados em exames anteriores (11,9%). Pólipos foram encontrados em 26,56% no grupo A e 26,49% no grupo B. Neoplasias colorretais foram encontradas em quatro pacientes no Grupo A (1,19%) e 92 no Grupo B (8,05%). Outra afecção muito prevalente, a doença diverticular dos cólons, foi encontrada em 8,05% no Grupo A e em 51,31% no Grupo B.
Conclusão: O achado de incidência semelhante de pólipos nos dois grupos impõe uma atenção maior ao grupo estudado e uma qualificação nos dados. A incidência de neoplasias é semelhante aos achados da literatura.