Objetivo: Avaliar complicações relacionadas à infusão de imunobiológicos anti‐ TNF em pacientes com doença inflamatória intestinal em acompanhamento entre dezembro de 2017 e junho de 2018.
Métodos: Foram incluídos no presente estudo todos os pacientes que realizam acompanhamento no ambulatório de DII no nosso serviço, e que realizaram infusão de imunobiológicos anti‐TNF entre dezembro/2017 e junho/2018, sendo 22 pacientes em uso de Infliximabe (IFX) e 5 em uso de Adalimumabe (ADA).
As reações infusionais foram divididas em:
Reação infusional leve: cefaleia, rash/urticária, prurido, náuseas
Reação infusional grave: dispneia, cianose, sudorese, cefaleia intensa, necessitando de interrupção da medicação.
Resultados: Do total de 27 pacientes submetidos à infusão de imunobiológicos, 2 apresentaram reações adversas ao uso de IFX, sendo uma leve e outra grave, e 1 ao uso de ADA, com infecção oportunista pelo vírus da varicela zoster.
A reação infusional leve apresentou como sintomas urticária/eritema e prurido, não requerendo interrupção da medicação, enquanto a reação infusional grave demonstrou sintomas como dispneia, cianose, sudorese, cefaleia intensa.
Conclusão: Os fármacos Infliximabe e Adalimumabe são anticorpos monoclonais, ou seja, são proteínas que reconhecem e se ligam ao Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF‐alfa), envolvido no processo de inflamação. Dessa maneira, esses fármacos auxiliam na diminuição e no controle de processos inflamatórios, por isso são utilizados na conduta terapêutica da DII. A aplicação de anti‐ TNFα subcutânea está mais relacionada à ocorrência de reações locais, porém, essas não constituem contraindicações a manutenção da terapia. As reações agudas relacionadas à infusão de biológicos anti‐TNFα podem ser muito graves, e não estão somente relacionadas à infusão endovenosa.
Reações adversas ocorrem tanto por meio de mercanismos alérgicos, IgE mediados (urticária, broncoespasmo, hipotensão e taquicardia), quanto por mecanismos não alérgicos (rubor, diaforese, calafrios, náuseas, cefaleia e dor torácica). A terapia com imunobiológicos é eficaz no tratamento de pacientes diagnosticados com DII, no entanto, seu uso pode resultar em diversos efeitos adversos, cuja intensidade pode variar de leve à grave. O seguimento desses pacientes é fundamental em serviços especializados, assim como, a preparação e antecipação de eventos nocivos durante a infusão dessas medicações.