Introdução: A colite de exclusão (CE) é um processo inflamatório crônico na mucosa cólica desprovida de trânsito intestinal decorrente da deficiência no fornecimento de substrato energético, ácidos graxos de cadeia curta, às células epiteliais. O processo inflamatório ocasiona dano à camada de muco que protege a mucosa cólica e que representa o primeiro sistema de defesa. Diferentes tipos e subtipos de mucinas formam a camada de muco. Pouco se estudou sobre o efeito do ácido 5‐aminosalicílico (5‐ASA), na preservação do conteúdo de mucinas no cólon.
Objetivo: Avaliar os efeitos do 5‐ASA no conteúdo tecidual de mucinas num modelo experimental de CE.
Método: Foram submetidos à derivação do trânsito intestinal por meio de colostomia proximal e fístula mucosa distal 16 ratos. Os animais foram divididos em dois grupos, com eutanásia feita em duas ou quatro semanas. Cada grupo foi subdividido em grupo controle com intervenção diária com soro fisiológico (SF) e experimental com 5‐ASA na concentração de 1g/mL/dia. Usaram‐se os testes de Mann‐Whitney e Kruskal‐Wallis para análise dos resultados, adotou‐se nível de significância de 5% (p ≤ 0,05).
Resultado: Houve aumento do conteúdo tecidual dos diferentes tipos de mucinas nos animais submetidos à intervenção com 5‐ASA, em relação aos do grupo controle. Os níveis de MUC‐2 aumentaram naqueles submetidos à intervenção com 5‐ASA independentemente do tempo de intervenção (duas semanas p=0,001; quatro semanas p=0,01). O mesmo foi observado para mucinas neutras (duas semanas p=0,0003; quatro semanas p=0,0001), mucinas ácidas (duas semanas p=0,0005; quatro semanas p=0,005) e sialomucinas (duas semanas p=0,05).
Conclusões: Clisteres com 5‐ASA aumentam o conteúdo tecidual de mucinas em segmentos cólicos desprovidos de trânsito fecal em modelo experimental de CE.