Introdução: A fístula retovaginal, na maioria das vezes secundária a trauma obstétrico, é uma patologia eminentemente cirúrgica e continua a ser uma condição de desafio para o cirurgião, pelo altos índices de recidivas relatados, além da dificuldade técnica e das complicações inerentes a diversas técnicas adotadas.
Objetivo: Descrever e analisar a técnica de correção de fístula retovaginal com o retalho de Martius.
Métodos: Analisamos retrospectivamente cinco pacientes com diagnóstico de fístula retovaginal baixa ou média, submetidas a correção cirúrgica pela técnica de retalho de Martius. A idade variou de 23 a 56 anos, todas inicialmente submetidas a US 3D. Quatro pacientes apresentavam causa obstétrica e uma actínia.
Resultados: Todas as pacientes apresentaram correção completa da fístula, com acompanhamento mínimo de 10 meses. Uma paciente apresentou uma recidiva temporária com um trajeto do reto para o períneo, que cicatrizou espontaneamente com medidas higiênicas após seis meses. Duas pacientes apresentaram infecção da ferida cirúrgica perineal sem comprometer a cirurgia feita e obtiveram cicatrização completa na evolução. Duas pacientes foram submetidas a esfincteroplastia concomitante por apresentar lesão esfincteriana diagnosticada pelo ultrassonografia 3D prévia.
Conclusão: A técnica de retalho de Martius é uma boa opção nas fístulas retovaginais, com resultado excelente na nossa casuística, ainda que com uma pequena amostragem.