Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Vídeo Livre
Objetivo(s): Paciente masculino, 67 anos, operado de urgência devido a abdômen agudo perfurativo por câncer de cólon direito em 2011, laparotomia com colectomia direita e ileostomia terminal com fechamento do cólon transverso. Posteriormente foi realizado reconstrução do trânsito intestinal com anastomose íleo-transverso. Evoluiu ao longo do seguimento com hérnia incisional mediana pequena e outra em fossa ilíaca direita, maior e sintomática (local da ileostomia prévia). Vídeo demonstrativo de uma cirurgia de reparação de hérnia complexa incisional, utilizando a plataforma robótica Da Vinci SI, com 3 braços robóticos: câmera, tesoura e pinça bipolar, e uma punção supra púbica 12mm para o auxiliar.
Descrição da técnica: Achado inicialmente importante aderência entre alças de delgado em toda a cavidade peritoneal com restrição da mobilidade das pinças robóticas. Realizado lise de bridas com cautela sendo o procedimento facilitado pelo uso do método robótico (articulações e tamanho reduzido das pinças e visão 3D para identificação dos planos corretos). Após a completa liberação das aderências das alças, identificado os defeitos herniários da parede abdominal, realizado o fechamento do defeito maior do flanco direito com fio farpado, com sutura contínua utilizando o porta- agulha robótico, com bom efeito de aproximação. Usamos uma tela 20 x 15cm, dupla face, sendo colocada na cavidade peritoneal pelo trocater de 12mm auxiliar, com 4 pontos de reparos fixados na tela previamente. Esses pontos foram tracionados através da parede abdominal e posteriormente fixados. A tela foi então posicionada com essa tração dos fios de reparos cobrindo totalmente os defeitos da parede com boa margem de segurança e fixada no peritônio com suturas por via robótica a cada 3cm aproximadamente. Cirurgia sem intercorrências, sem uso de drenos, sem perda sanguínea, realizado no final o fechamento dos portais de 12mm. Boa evolução pós-operatória, sem dor, alta hospitalar no segundo dia. Retorno ambulatorial com 30 dias de cirurgia, assintomático, abdômen sem alterações e sem sinais de hérnias.
Discussão e Conclusão(ões): Um estudo retrospectivo de 2018 mostrou que o uso do robô provou ser seguro, eficaz, e que tem muitos benefícios no reparo da hérnia, como a capacidade de fechar o defeito fascial com uma sutura contínua, evitando a dor pós-operatória e a possibilidade de fixar intracorporalmente uma grande tela de forma adequada e uniforme cobrindo o defeito herniário. A visão tridimensional de alta qualidade e a capacidade de articular os instrumentos também são benefícios bem estabelecidos. A assistência robótica também permite realizar um reparo de hérnia minimamente invasivo em grandes defeitos complexos que, caso contrário, teriam sido realizados por meio de uma abordagem convencional. De acordo com a nossa inicial experiência em torno de 15 casos operados no nosso serviço, podemos concluir que abordagem robótica para correção de defeitos herniários é considerado um método seguro e eficaz, apresentando boa evolução pós-operatória.