Introdução: A colonoscopia é atualmente o exame de eleição para rastreamento, diagnóstico e tratamento da maior parte das doenças colorretais. É um exame cada vez mais usado principalmente por sua importância no diagnóstico e na prevenção de neoplasias. No entanto, não é um método livre de complicações, às vezes graves, como incidência de perfuração de 0,7%, e com preparo desconfortável.
Objetivo: Correlacionar os achados endoscópicos com as indicações clínicas do exame e demonstrar quais sinais e sintomas têm relevância na indicação da colonoscopia. Métodos: Estudo retrospectivo em pacientes submetidos a colonoscopia, de maio/2016 a janeiro/2017. Foram registrados os seguintes dados: gênero, idade, intubação cecal, indicação do exame, qualidade do preparo (escala de Boston) e achados relevantes (pólipos, tumores ou colites endoscópicas). A análise univariada foi feita com os testes t e qui‐quadrado (p<0,05).
Resultados: Foram selecionados 1.400 pacientes: 519 masculinos (37%) e 881 femininos (63%); 43%<50 anos, 35% entre 50 e 65 anos e 16%>65 anos (6% NR); as indicações foram: 53% rastreio, 19% sangramento/anemia, 12% dor abdominal e 16% mudança do ritmo intestinal. O preparo foi satisfatório (índice>5) em 1285 (92%). Foram diagnosticados pólipos em 33% (461), tumores em 1,71% (24), colites em 8,92% (125). Correlacionando achados e indicação encontramos que os pólipos se relacionaram com as indicações de rastreio e sangramento/anemia (p<0,001 em ambos) e as colites com sangramento (p=0,008) e mudança no ritmo intestinal (p<0,001). Os tumores não se associaram estatisticamente a qualquer das indicações.
Conclusão: Sinais e sintomas como mudança do ritmo intestinal e sangramento/anemia, independentemente da idade, e a idade>50 anos foram as variáveis mais relacionadas com alterações endoscópicas no presente estudo e, assim, são critérios que devem ser investigados precocemente com colonoscopia.