Introdução: A incontinência fecal (IF) é conceituada como incapacidade fisiológica de manter controle sobre o armazenamento e expulsão tanto de gases como fezes, em tempo e/ou locais inadequados.1,2 A manometria anorretal permite a mensuração das pressões de repouso e contração, tamanho do canal anal funcional, capacidade, complacência e pesquisa do reflexo inibitório retoanal.3
Objetivo: Analisar a relação entre achados manométricos e a sintomatologia da IF, sobretudo quanto ao seu grau de intensidade e gravidade.
Métodos: Estudo retrospectivo, entre maio de 2015 e maio de 2017, com 70 portadores de IF, submetidos à manometria anorretal.
Resultados: A idade média foi de 60,8 anos (desvio padrão 12,4). O sexo feminino correspondeu a 75,7%, (p=0,97). 44,3% foram submetidos a cirurgias anorretoperineais, apresentando significância estatísticas (p=0,034). Houve também correlação com as pressões de contração (p=0,035). Não houve significância estatística na relação entre os sintomas de IF e os achados manométricos de diminuição das pressões de repouso (p=0,132), diminuição da sensibilidade retal (p=0,647), capacidade (p=0,114) e pesquisa do reflexo inibitório retoanal (p=0,196). Segundo a classificação Cleveland Clinic Incontinence Score (CCIS), 51,4% dos pacientes apresentavam incontinência leve; 41,4%, moderada e 7,1%, grave.
Conclusão: A correlação entre os dados manométricos e a sintomatologia da IF esteve relacionada com a diminuição das pressões de contração e o antecedente de cirurgias em região anal, períneo ou cólon.